Estudo global sobre o emprego de psicodélicos continua acessível até 16 de maio

Disponível em mais de 15 idiomas, incluindo o português, a Pesquisa Global de Psicodélicos 2025 (Global Psychedelic Survey 2025 – GPS 2025) está aberta para participação até o próximo dia 16 de maio. Coordenada pelo Michigan Psychedelic Center, da Universidade de Michigan, uma das universidades públicas mais renomadas dos Estados Unidos, a iniciativa visa ser o maior levantamento já realizado sobre o uso de psicodélicos no mundo.

A pesquisa propõe identificar os padrões de consumo de substâncias psicodélicas em contextos não clínicos, incluindo rituais tradicionais, experiências recreativas, práticas espirituais ou de autoconhecimento, considerando a variedade de culturas e formas de utilização em diversas regiões do mundo.

A intenção é analisar os efeitos positivos e negativos de curto e longo prazo, a conexão com vivências místicas, a ocorrência de efeitos indesejáveis e o papel dessas substâncias em processos como a gestação ou o contato com “entidades”, relatos comuns entre usuários.

Uso indígena

Uma das principais características da edição de 2025 é a inclusão de uma seção dedicada aos usos indígenas dos psicodélicos, elaborada em colaboração com acadêmicos indígenas. Adicionalmente, esta será a primeira versão da pesquisa com um componente longitudinal: o estudo será repetido a cada dois anos, possibilitando o acompanhamento das transformações culturais, legais e científicas que estão marcando o campo psicodélico em escala global.

O GPS 2025 parte de um princípio fundamental: os verdadeiros especialistas em psicodélicos são aqueles que os utilizam. “Compartilhar suas experiências de vida e conhecimentos pode ajudar a reduzir o estigma e orientar políticas públicas para garantir um acesso mais seguro, informado e legal, tanto para usos medicinais quanto não medicinais”, afirmam os organizadores.

A Psicodelicamente foi convidada a fazer parte da rede global de colaboração em pesquisa, ao lado de instituições como Maps (Multidisciplinary Association for Psychedelic Studies), Iceers (sigla em inglês para Centro Internacional de Educação, Pesquisa e Serviço Etnobotânico), Open Foundation e Global Psychedelic Society.

Busca-se expandir o escopo da pesquisa, incluindo perspectivas de diversas regiões do mundo, com ênfase nos aspectos naturalistas e culturais – além dos modelos clínicos convencionais.

Esforço global e colaborativo

Esta versão atual expande estudos prévios, incluindo a Pesquisa Canadiana sobre Psicodélicos (2022) e a primeira Pesquisa Global sobre Psicodélicos (2023), que, em conjunto, envolveram mais de 11 mil participantes e geraram pelo menos 15 artigos científicos publicados.

No entanto, uma limitação dessas pesquisas era o idioma: ambas estavam disponíveis apenas em inglês. Atualmente, com a colaboração de mais de 70 pesquisadores e organizações em diferentes continentes, a nova edição chega traduzida para línguas como espanhol, francês, alemão, russo, hindi, japonês e, pela primeira vez, português.

O estudo conta com a coordenação geral do pesquisador canadense Philippe Lucas, referência internacional em políticas de canabinoides e redução de danos. Com um orçamento inferior a 60 mil dólares, o projeto demonstra que grandes estudos comunitários podem ser viabilizados com agilidade e baixo custo, desde que baseados em redes descentralizadas de colaboração.

Como participar

Ao responder ao questionário, os participantes auxiliam no progresso do conhecimento, na criação de políticas públicas mais justas e no combate ao estigma relacionado ao uso de psicodélicos. A pesquisa é totalmente anônima: não é necessário fornecer dados pessoais, e todas as informações são tratadas com confidencialidade.

É possível, de forma voluntária, fornecer um e-mail para concorrer ao sorteio de 15 vales-presente da Amazon, no valor de 100 dólares cada.

A Psicodelicamente se junta com entusiasmo a esta iniciativa internacional, reiterando seu compromisso com o jornalismo psicodélico independente e com a construção de conexões entre ciência, saberes tradicionais e os direitos dos consumidores.

A pesquisa está disponível até 16 de maio e demanda entre 20 e 30 minutos para ser concluída. Para participar, acesse gps2025.com/survey.

Fonte: Carta Capital