EUA buscam empresas de mineração no Brasil e indicam interesse em acordo
A agenda solicitada pelos Estados Unidos incluiu minerais críticos e uma tarifa de 50% na cotação.

O Ministério de Minas e Energia do Brasil e um representante do governo americano se encontraram na quarta-feira (23) para discutir uma possível colaboração entre os países em relação aos minerais críticos e a taxa de 50% implementada por Donald Trump sobre mercadorias brasileiras.
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O representante norte-americano, encarregado de Negócios da embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, reuniu-se com o diretor-presidente do Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração), Raul Jungmann.
A agenda foi requisitada pelo diplomata dos EUA. Trata-se da terceira vez que autoridades brasileiras e norte-americanas se encontram em 2025 para discutir o assunto de minerais críticos.
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Escobar considerou favorável a proposta da área mineral de enviar representantes a Washington para discutir tarifas diretamente com autoridades e empresas mineradoras dos Estados Unidos.
O embaixador, contudo, considera que a delegação brasileira seria mais bem acolhida em setembro ou outubro, considerando que agosto é alta temporada de férias nos Estados Unidos.
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O setor mineral foi destacado como elemento central nas negociações com o governo de Donald Trump.
As autoridades brasileiras, em entrevistas à reportagem, consideram que os minerais — em especial as terras raras — podem receber atenção diferenciada no que diz respeito às tarifas.
A movimentação se dá em meio a uma disputa global por minerais críticos, insumos fundamentais para a fabricação de baterias, semicondutores e tecnologias avançadas.
Atualmente, este mercado é quase inteiramente controlado pela China. Diminuir a dependência em relação a Pequim tem sido uma das principais prioridades da administração Trump.
Os norte-americanos se destacam como principais interessados nos minerais brasileiros, atualmente adquiridos majoritariamente pela China. Atualmente, o mercado chinês representa cerca de 70% das exportações do setor mineral do Brasil.
A principal alegação do Brasil nas negociações com os Estados Unidos será a influência da China nesse mercado.
A China possui mais de 80% da capacidade de produção mundial de células de bateria, além de concentrar mais da metade do processamento global de lítio e cobalto, conforme informações da Agência Internacional de Energia.
Fonte por: CNN Brasil