Ex-chefe da Aeronáutica confirma reunião e reforça que general incriminou Bolsonaro

Carlos Almeida Baptista Júnior presta depoimento ao STF como testemunha da acusação.

21/05/2025 12h51

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(Imagem de reprodução da internet).

O ex-comandante da Aeronáutica Carlos Almeida Baptista Júnior afirmou, em depoimento ao Supremo Tribunal Federal nesta quarta-feira 21, que o general Freire Gomes — então chefe do Exército — alertou que precisaria prender Jair Bolsonaro (PL) caso o então presidente tentasse concretizar um golpe de Estado no final de 2022.

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Baptiste Júnior testemunhou para a acusação, conforme listado pela Procuradoria-Geral da República. Na terça-feira, 20, Freire Gomes declarou seu depoimento.

Freire Gomes demonstrou postura refinada e cortês, não utilizou linguagem agressiva, ele não o faria. Contudo, foi o que ele disse. Com grande serenidade e calma, ele afirmou: “se fizer isso, vou ter que te prender”. declarou o ex-chefe da Aeronáutica ao STF.

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O procurador-geral da República, Paulo Gonet, indagou ao depoente se Bolsonaro tinha conhecimento de que não houve fraude na eleição em que foi derrotado por Lula (PT). “Sim, através do ministro da Defesa. Além de reuniões que eu falei, o ministro da Defesa despachava sobre esse assunto”, respondeu.

O relatório da Polícia Federal sobre a investigação da trama golpista aponta que Bolsonaro redigiu o texto do documento conhecido como “minuta do golpe”, o decreto que buscaria consumar o golpe. Em 7 de dezembro de 2022, o então presidente realizou ajustes no documento e convocou os comandantes das Forças Armadas para uma reunião no Palácio da Alvorada.

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Bolsonaro buscaria, naquele encontro, apresentar o documento e incitar as Forças Armadas a adotarem o plano de extinção do Estado Democrático de Direito.

Os comandantes do Exército e da Aeronáutica se opuseram a qualquer plano que privasse o governo legitimamente eleito de seu poder, conforme concluiu a polícia. Já o comandante da Marinha, almirante Garnier, se colocou à disposição para cumprimento das ordens.

Dois dias após, em 9 de dezembro, Bolsonaro quebrou o silêncio após a derrota para Lula e se dirigiu a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada. Na ocasião, incentivou as manifestações golpistas após a eleição e fez referência aos militares.

Nada está perdido. O fim, somente com a morte. Quem decide meu futuro, para onde eu vou, são vocês. Quem decide para onde vão as Forças Armadas são vocês, declarou o ex-capitão.

A Polícia Federal apura que o pronunciamento seguiu a linha da organização criminosa, com o objetivo de sustentar a expectativa dos manifestantes de que o então presidente, em conjunto com as Forças Armadas, interviria para modificar o resultado das eleições presidenciais, o que se desenhava naquele instante.

Fonte: Carta Capital

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