Ex-chefe da Polícia Civil do DF foi detido em Brasília
04/11/2023 às 16h12
O ex-diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal Robson Cândido foi preso na manhã deste sábado (4) em sua casa, na região administrativa do Park Way, em Brasília. A prisão preventiva (sem prazo para acabar) foi decretada pelo Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Águas Claras.
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MP-DFT) está investigando Cândido por ameaçar e perseguir duas mulheres. Foi divulgada essa informação no começo de outubro.
Além de prenderem o ex-diretor, também fizeram buscas na casa dele e em uma delegacia em Ceilândia. Acredita-se que os equipamentos da delegacia possam ter sido usados nos crimes e que uma das vítimas tenha sido grampeada.
O delegado-chefe da unidade, Thiago Peralva, é suspeito de auxiliar Cândido no grampo e no crime de stalking. Ele também é investigado no caso.A operação foi cumprida pelo Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (Ncap) e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ambos do MP-DFT.
A defesa de Cândido disse que não conhece os termos da prisão e que se manifestará em “momento oportuno”. Não conseguimos contato com a defesa de Peralva. O espaço segue aberto.
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A Polícia Civil do Distrito Federal não irá dar informações sobre o caso. Ao ser procurado, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios também não se pronunciou.
Perceba, compreenda, compreenda melhor
Cândido foi exonerado do posto que ocupava na Polícia Civil no começo de outubro, após ter sido denunciado pelas mulheres, que registraram boletim de ocorrência. Semanas depois de deixar o comando da Polícia, ele se aposentou.
O então diretor-geral ficou no cargo por quase cinco anos, durante todo o primeiro mandato do governador Ibaneis Rocha, e mais nove meses nessa segunda gestão. Antes de ser o DG da Polícia Civil, foi chefe da delegacia do Núcleo Bandeirante (DF). José Werick Carvalho, então chefe de gabinete dele, foi nomeado para o cargo.
No dia 4 de outubro, foi informado que o delegado está sendo investigado pela Delegacia da Mulher e pela Corregedoria-Geral devido a duas mulheres que o acusaram de ameaças e perseguição. Os casos estão relacionados à Lei Maria da Penha.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) divulgou uma nota oficial após uma semana do caso ser revelado, explicando que a Corregedoria do órgão está investigando o assunto de acordo com a lei em vigor.
O Ministério Público do Distrito Federal está investigando Cândido. O responsável por essa investigação é o Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (NCAP).
Revise o caso
O então diretor-geral da Polícia Civil foi exonerado do mais alto posto da instituição em 2 de outubro após ser alvo da Corregedoria e da Delegacia da Mulher (Deam).
Duas mulheres denunciaram o delegado por ameaças e registraram um boletim de ocorrência.
No depoimento, a primeira mulher teria dito que foi ameaçada por Cândido e uma amiga dela pediu ajuda a um policial e a outra amiga para que fosse socorrida à uma Deam.
A outra mulher envolvida no caso, que também denunciou as ameaças, disse que também foi perseguida pelo delegado. Ela entregou vídeos e mensagens à polícia.
As ocorrências foram registradas na noite anterior, um dia antes de o diretor-geral pedir exoneração ao governador Ibaneis Rocha (MDB). Cândido justificou que precisava “cuidar de problemas pessoais”.
Foi confirmado que a Polícia Civil está investigando o diretor-geral por violência contra mulheres. A Corregedoria recolheu as quatro armas dele. Por ser um caso de violência contra mulheres, as informações estão sendo tratadas em sigilo.
A Polícia Civil do Distrito Federal informou que, ao ficar sabendo disso, a Corregedoria assumiu as ocorrências e iniciou os procedimentos necessários.
com informações de Elijonas Maia e Larissa Rodrigues