O ex-comandante do Exército, general Júlio Cesar de Arruda, negou ter obstruído a atuação da PMDF (Polícia Militar do Distrito Federal) para deter os extremistas ligados ao 8 de Janeiro que se encontravam nos acampamentos no Setor Militar Urbano, em Brasília.
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Em depoimento ao STF como testemunha de defesa do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Arruda declarou que seu objetivo era “acalmar” os ânimos e que a retirada e prisão dos manifestantes deveria ser feita de forma “coordenada”.
Permaneci no quartel general durante toda a tarde acompanhando os eventos. À noite, quando os manifestantes estavam retornando, o general Gustavo Dutra me contatou. Informe que a prisão dos manifestantes necessitava de coordenação, afirmou o ex-comandante.
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O ministro Alexandre de Moraes indagou o general sobre o relato do então comandante da PMDF, coronel Fábio Augusto Vieira, que alegou ter sido impedido por Arruda de remover os manifestantes. O militar informou que o general teria declarado: “Você sabe que a minha tropa é um pouco maior que a sua, não?”
Arruda relata ter sido notificado de que a PMDF iria ao local para remover os extremistas. Em seguida, acionou o interventor na época, Ricardo Cappelli, e o comandante da corporação, para definir o modo de execução da ação.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ordenou a dispersão dos manifestantes na manhã de 9 de janeiro para evitar uma possível confusão generalizada, conforme noticiado pelo Poder360 e Época.
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A dispensa.
O general Júlio César Arruda, aos 64 anos, exerceu o comando do Exército Brasileiro por período recorde desde a redemocratização do Brasil, em março de 1985. Sua permanência no cargo foi de apenas 23 dias (de 30 de dezembro de 2022 a 21 de janeiro de 2023).
Arruda foi indicado por Lula e nomeado pelo então presidente Jair Bolsonaro em 28 de dezembro de 2022. Assumiu a função em 30 de dezembro, substituindo o general Marco Antônio Freire Gomes.
Em 21 de janeiro de 2023, foi dispensado pelo petista. A principal razão foi uma acusação de caixa 2 envolvendo o tenente-coronel Mauro Cid durante o governo Bolsonaro.
Testemunhas do “Nível 01”.
A partir da segunda-feira (19 de maio), o STF ouviu 82 testemunhas no processo criminal contra o denominado “núcleo 1” da tentativa de golpe de Estado, que inclui entre os 8 réus o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na quinta-feira (22.mai), testemunhas apontadas por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, prestaram depoimento.
Aqui está a lista:
O general Flávio Alvarenga Filho não compareceu e foi afastado da função de testemunha pela sua defesa.
Fonte: Poder 360