Ex-diretor da Aeronáutica que mencionou envolvimento de Bolsonaro em esquema golpista depoís ao Supremo Tribunal Federal
A audiência de instrução com Carlos Baptista Júnior ocorrerá nesta quarta-feira.

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) ouviu nesta quarta-feira, 21, o depoimento do ex-chefe da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Júnior, figura central na investigação sobre a trama golpista que buscava manter Jair Bolsonaro (PL) no poder após as eleições de 2022.
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O depoimento estava previsto inicialmente para a última segunda-feira, 19, porém foi adiado por solicitação de Baptista Júnior, que alegou impossibilidade de comparecer àquela data. A audiência de hoje, quarta-feira, começa às 11h30.
Baptiste Júnior é uma das testemunhas no processo do denominado “núcleo 1” da trama golpista, que envolve o próprio Bolsonaro e outros sete integrantes, todos muito próximos ao ex-presidente. As demais testemunhas serão ouvidas até o próximo dia 2 de junho.
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Em depoimento à Polícia Federal, em março, Baptista Júnior apontou que Bolsonaro teve participação direta na confecção da minuta golpista. Ele afirmou que o ex-presidente articulou, pessoalmente, para convencer as Forças Armadas e outros agentes políticos a promoverem uma ruptura democrática.
O ex-comandante da Marinha declarou que Bolsonaro foi avisado de que, em caso de persistência na trama, enfrentaria acusações de obstrução. De acordo com o militar, o único membro do alto escalão da Marinha a se envolver no plano foi o almirante Almir Garnier, na época, chefe da Marinha.
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Garnier foi questionado pelos policiais, porém permaneceu em silêncio. Bolsonaro também não respondeu às perguntas dos investigadores.
O depoimento do ex-chefe da FAB, divulgado nesta sexta-feira, além de envolver Bolsonaro e Garnier, também aponta as participações de Augusto Heleno (ministro do GSI) e de Paulo Sergio Nogueira de Oliveira (ministro da Defesa) nas negociações lideradas pelo ex-capitão para permanecer no cargo.
O tenente-brigadeiro declarou que o general Augusto Heleno, ex-ministro da Segurança Institucional, ficou “atônito” ao tomar conhecimento da recusa do então comandante da Aeronáutica na tentativa de golpe.
Fonte: Carta Capital