Ex-diretor do INSS autorizou R$ 142 milhões em descontos apenas em 2024
André Paulo Felix Fidelis é suspeito de ter recebido pelo menos R$ 5,1 milhões através do escritório de advocacia de seu filho.

O relatório da Polícia Federal (PF) aponta Andrê Paulo Felix Fidelis, ex-diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como suspeito de receber valores em troca de permissão para que entidades como associações e sindicatos realizassem o desconto irregular em aposentadorias e pensões.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Fidelis é apontado como responsável pela assinatura de, pelo menos, sete novos termos de cooperação técnica somente em 2024, “mesmo em meio a onda de denúncias”. De acordo com a investigação, ele assinou convênios com entidades que efetuaram desconto de R$ 142 milhões.
A Aapen possui um valor de R$ 69 milhões, a Unsbras, R$ 14 milhões, a Abapen, R$ 2 milhões, a Master Prev, R$ 24 milhões e a Asbapi, R$ 33 milhões.
LEIA TAMBÉM:
● Alckmin partirá nesta sexta-feira (16) para a missa do papa Leão XIV no Vaticano
● Bolsonaro afirma que morrerá na cadeia: “Não vai demorar” acusado de tentativa de golpe
● Lula promove reunião com ministros e lideranças para tratar da CPI do INSS
Ademais, conforme o relatório, ele se destacou como a principal empresa investigada pela prática de descontos indevidos. Fidelis foi afastado do cargo durante as apurações administrativas.
O ex-diretor é suspeito de ter recebido, pelo menos, R$ 5,1 milhões através do escritório de advocacia de seu filho, Eric Douglas Martins Fidelis.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A PF detalha que o escritório Eric Fidelis Sociedade Individual de Advocacia recebeu aproximadamente R$ 3,7 milhões, e Eric Douglas Martins Fidelis recebeu R$ 1,4 milhão de empresas intermediárias vinculadas às entidades associativas.
Uma parcela dos repasses, segundo a polícia, teve origem em empresas de Antonio Carlos Camilo Antunes, também chamado de o Careca do INSS, e apontado como lobista de entidades investigadas pela Polícia Federal por descontos irregulares.
A Polícia Federal (PF) afirma que Antônio Carlos pagou R$1,4 milhões a André Fidelis, ex-Diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão do INSS, por meio do escritório de advocacia de seu filho, Eric Fidelis.
A advogada Cecilia Rodrigues Mota também repassou valores a pessoas e empresas vinculadas a Fidelis, enviando R$ 520 mil para o escritório do seu filho no período entre novembro de 2023 e abril de 2024.
A advogada também foi alvo de busca e é suspeita de intermediar pagamentos de empresas ligadas a entidades para servidores do INSS.
A Advocacia-Geral da União (AGU) entrou, na semana passada, com uma ação contra entidades, empresas e pessoas envolvidas no esquema, mas não incluiu Fidelis. A AGU afirma que outros nomes podem ser adicionados.
A CNN tentou contato com André Fidelis e com o escritório Eric Fidelis Sociedade Individual de Advocacia. As entidades citadas também foram procuradas, porém até o momento não se pronunciaram.
Fonte: CNN Brasil