Ex-diretor relata oposição da Abin à investigação da First Mile

Carlos Coelho relata reação “hostil” de gestor em debate sobre o software de vigilância empregado durante a gestão Bolsonaro.

23/05/2025 11h47

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Agentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) marcaram uma breve paralisação, em Brasília. Os funcionários da agência pedem a saída do diretor-geral, Luiz Fernando Corrêa, e a nomeação de um oficial de inteligência de carreira. Por enquanto, a mobilização não é considerada greve pelos agentes da Abin. No entanto, funcionários da corporação, ouvidos pelo Poder360, relatam chances de haver 1ª paralisação definitiva das atividades. |Sérgio Lima/Poder360 - 30.abr.2024

O ex-diretor-adjunto da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Carlos Afonso Coelho declarou nesta 6ª feira (23.mai.2025), em audiência na 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), que ocorreu resistência interna à fiscalização do sistema de espionagem First Mile.

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Paulo Maurício Fortunato, então secretário da Abin, reagiu de maneira “agressiva” ao ser questionado sobre a ferramenta. De acordo com o ex-diretor, Fortunato se recusou a fornecer informações.

Coelho e Fortunato estão sendo investigados pela PF (Polícia Federal) sob suspeita de utilização irregular do FirstMile – sistema empregado durante o governo Jair Bolsonaro (PL) para monitorar a localização de indivíduos por meio de dados de telefones celulares.

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Coelho afirmou que o caso foi direcionado à corregedoria sob a decisão de Ramagem, ex-diretor-geral da Abin e réu no processo denominado “núcleo 1” da tentativa de golpe de Estado em 2022.

Antes do início da audiência, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitou que Coelho não fosse ouvido como testemunha, alegando que ele também é investigado no caso. O ministro Alexandre de Moraes permitiu o depoimento, mas estabeleceu que o ex-diretor não estaria obrigado a declarar a verdade sobre fatos que possam incriminá-lo.

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Ábino paralela.

Segundo relatório da Polícia Federal divulgado em julho de 2024, identificou-se uma “Abin paralela”, grupo que teria se utilizado da estrutura da agência para monitorar ilegalmente adversários políticos durante o governo Bolsonaro.

A investigação aponta que o grupo era coordenado por Alexandre Ramagem e teria realizado espionagem em ministros do STF, parlamentares e jornalistas, utilizando o software FirstMile, que permitia o rastreamento da localização de telefones celulares sem ordem judicial.

Testemunhas do “Nível 01”.

A partir da segunda-feira (19 de maio), o STF ouviu 82 testemunhas no processo contra o denominado “núcleo 1” da tentativa de golpe de Estado, no qual entre os réus está o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na próxima quinta-feira (23.mai), testemunharam os indivíduos apontados por Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), e por Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil e candidato a vice de Bolsonaro em 2022. Trata-se de:

Frank Márcio de Oliveira, Rolando Alexandre de Souza e Alexandre de Oliveira Pasiani foram dispensados, juntamente com outras três testemunhas.

Na sexta-feira (23 de maio), às 14h, o colegiado ouvirá:

Fonte: Poder 360

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