Ex-funcionário de ministério afirma ter sido empregado em atividades ilegais perante o STF

Clebson Vieira declara ao STF ter recebido ordens para indicar locais de campanha do ex-presidente Lula à Polícia Rodoviária Federal em 2022.

19/05/2025 22h37

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(Imagem de reprodução da internet).

O ex-analista de inteligência da Coordenação-Geral de Inteligência do Ministério da Justiça, Clebson Ferreira de Paula Vieira, declarou em depoimento no STF (Supremo Tribunal Federal) na segunda-feira (19.mai.2025) que foi utilizado pelo então ministro Anderson Torres para ações ilegais.

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Vieira foi indicado pela PGR (Procuradoria Geral da República) para testemunha de acusação no julgamento que apura uma suposta tentativa de golpe em 2022. A 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) iniciou as oitivas do núcleo 1 nesta segunda-feira (19.mai).

O ex-analista recebeu a incumbência de identificar os municípios onde o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) alcançaram mais de 75% dos votos no primeiro turno das eleições. As instruções foram fornecidas pela então secretária de Segurança Pública do ministério, Marília Ferreira de Alencar.

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Ele também foi solicitado a realizar um levantamento sobre a distribuição dos agentes da PRF (Polícia Rodoviária Federal).

Recebi diretamente dela [Marília] duas solicitações. Ela não consultou meu chefe direto para fazê-lo. Ela pediu uma análise de dados sobre a porcentagem de concentração de votos acima de 75%. Também solicitou uma análise simples da distribuição da PRF, que seria um tipo de painel para apresentar de forma visual a possíveis tomadas de decisão, conforme afirmou Vieira.

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O ex-analista estranhou às ordens e, por isso, preservou os relatórios para se defender no futuro.

Ele afirmou: “Naquela época, eu fiquei particularmente apavorado, pois percebi que uma de minhas habilidades técnicas foi utilizada para uma decisão ilegal. Então, eu me preparei para que, em um momento oportuno, eu pudesse falar.”

Na segunda volta, a PRF conduziu uma operação em flagrantes que visava veículos com destino às cidades do Nordeste – região onde se concentrava a maior vantagem para Lula. O documento com as informações teria sido entregue a Anderson Torres.

O ex-ministro da Justiça é acusado em ação que analisa a suposta tentativa de golpe em 2022 por tentar impedir o deslocamento de eleitores no Nordeste durante o segundo turno da eleição.

Depoimentos

O plenário da 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) realizou as audiências do núcleo 1 nesta segunda-feira (19.mai).

As audiências serão conduzidas por videoconferência e não haverá transmissão oficial.

A mídia, tanto nacional quanto internacional, pode assistir aos depoimentos por meio de um telão localizado na sala da 1ª Turma do STF. Contudo, os jornalistas estão impedidos de realizar qualquer tipo de gravação.

Fazem parte do núcleo 1, além do ex-presidente Jair Bolsonaro:

Serão ouvidas 82 testemunhas, incluindo os ex-comandantes das Forças Armadas Marco Antônio Freire Gomes (Exército) e Carlos de Almeida Baptista Júnior (Aeronáutica), além do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O caso julga a participação do “núcleo crucial”, que será ouvido inicialmente, e é apontado como responsável por articular a suposta tentativa de golpe.

Fonte: Poder 360

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