Ex-ministro reconhece ter utilizado uma linguagem “inadequada” em depoimento ao STF
Paulo Sérgio Nogueira é o sétimo réu a ser ouvido na ação que investiga suposta trama para impedir posse de Lula.

O ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, compareceu nesta terça-feira (10) ao STF (Supremo Tribunal Federal) no âmbito da ação penal que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No depoimento, o general admitiu ter utilizado “palavras inadequadas” ao se referir ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em declarações feitas no período pós-eleitoral. “Reconheço que utilizei expressões fortes ao tratar do trabalho do TSE. Foram palavras inadequadas, em um momento de tensão institucional”, declarou o ex-ministro da Defesa, indicado por Jair Bolsonaro em 2021.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Nogueira é o sétimo réu a depor na ação. Já foram ouvidos Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno e o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro — apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como líder do “núcleo crucial” do suposto plano para impedir a posse de Lula e permanecer no poder.
Bolsonaro se desculpa para Moraes e afirma que se submeteria à polícia.
Mais cedo, durante seu depoimento, Bolsonaro surpreendeu ao pedir desculpas públicas ao ministro Alexandre de Moraes e aos colegas do Supremo por críticas feitas em uma reunião ministerial em julho de 2022, cujo conteúdo veio à tona nas investigações. “Era uma reunião que não deveria ter sido gravada. Peço desculpas. Não houve intenção de acusar ninguém de desvio de conduta”, afirmou Bolsonaro. Ele ainda disse que está tentando “se policiar” em relação ao seu linguajar: “Sempre carreguei no vocabulário, estou tentando melhorar. Sei que com 70 anos é difícil mudar, mas reconheço os excessos”.
LEIA TAMBÉM:
● Após acalmar os ânimos, Nikolas afirma que a oposição irá trabalhar para convocar Haddad
● Tarcísio afirma não ter insatisfação com o Derrite, que considera a possibilidade de disputar uma vaga no Senado
● Apoiadores de Lula se manifestam contra a proposta de aumento de impostos de Haddad
Apesar disso, o ex-presidente reiterou que sempre agiu em conformidade com a lei: “Não infringi nenhuma determinação judicial. Nunca ultrapassei os limites da Constituição.”
Analise o caso.
Os depoimentos se dão no curso da ação penal que investiga uma tentativa coordenada de golpe de Estado, que teria sido articulada entre setores do governo Bolsonaro e integrantes das Forças Armadas. A denúncia da PGR inclui crimes como: abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; organização criminosa; dano qualificado; deterioração de patrimônio tombado.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A investigação da Polícia Federal aponta que o grupo visava obstruir a posse de Lula por meio de decretos de exceção, prisão de autoridades e até a anulação do resultado das eleições.
O último a ser ouvido será o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e ex-candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro. Os interrogatórios devem ser concluídos até sexta-feira (13). A expectativa é de que o julgamento ocorra ainda neste segundo semestre. Se condenados, os réus podem pegar penas superiores a 30 anos de prisão.
Fonte por: Jovem Pan