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Ex-morador diz que situação é “surreal” após colapso de mina em Maceió


Ex-morador diz que situação é “surreal” após colapso de mina em Maceió
(Foto Reprodução da Internet)

Ex-morador do bairro do Pinheiro, um dos mais tradicionais da capital alagoana, o empresário Alexandre Sampaio foi duplamente afetado pelo afundamento do solo em diversas regiões da cidade.

Ele perdeu empresas e sua casa devido à atividade de mineração realizada pela empresa de mineração Braskem na região desde os anos 1970, que causou um fenômeno geológico.

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Sampaio, o atual presidente da Associação de Empreendedores e Vítimas da Mineração em Maceió, teve suas três empresas perdidas no bairro no ano de 2019. Isso ocorreu após ser desalojado um ano depois de um tremor de terra que causou rachaduras nos imóveis, fendas nas ruas, afundamento do solo e surgimento de crateras.

Em 2022, tivemos que sair do nosso apartamento no mesmo bairro devido às rachaduras no prédio. Minha esposa ficou com muito medo e então a prefeitura nos deu prazo até dezembro para sair.

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Ele afirmou que no bairro do Pinheiro, mais de 6.000 empresas sofreram impactos graves devido ao afundamento do solo. Se considerarmos também os efeitos indiretos, esse número chega a mais de 10 mil.

Sampaio não recebeu dinheiro por ter sido removido de sua casa, então ele se juntou a outros moradores para formar uma associação que busca resolver os danos na cidade. Como presidente da associação, ele tem acompanhado de perto a situação nesta semana. A prefeitura de Maceió declarou situação de emergência devido ao iminente colapso da mina 18, que fica na Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange.

A situação em Maceió está muito confusa. No início desta semana, a Defesa Civil disse que não havia nenhum problema e pediu às pessoas para não entrarem em pânico. Porém, no dia seguinte, elas receberam a orientação de procurarem um local seguro, mas não informaram quais eram esses locais. Três dias depois, veio o aviso de remoção forçada, com o uso da polícia.

Segundo Sampaio, algumas pessoas ainda não saíram das áreas perigosas porque não receberam indenizações e não têm para onde ir. Ele acredita que não é justo obrigá-las a sair sem terem um lugar para ficar, o que causa ainda mais sofrimento para as vítimas.

Sampaio diz que recebeu, no começo deste ano, um valor quatro vezes menor do que o pedido para cobrir o prejuízo que teve com a perda das empresas e do apartamento.

“Só aceitei por que já estava no limite financeiro, não tinha outra alternativa”. O empresário se mudou para Coruripe, a cerca de 100 km de Maceió, para reconstruir sua vida.


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