Ex-presidente do Banco Central declara que governo Lula adota medidas de controle cambial

Para Tony Volpon, a IOF representa “início do fechamento da conta de capital”; críticas foram divulgadas em seu perfil no X.

22/05/2025 23h37

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(Imagem de reprodução da internet).

O ex-diretor do BC, Tony Volpon, criticou a decisão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de aumentar o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Segundo o economista, a medida representaria um “controle cambial”.

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Volpon publicou em seu perfil no X (antigo Twitter) que a imprensa não está percebendo que aplicar IOF de 3,5% em todos os investimentos feitos por brasileiros no exterior é o início do fechamento da conta de capital. As postagens foram feitas nesta 5ª feira (22.mai.2025) após o anúncio do aumento do imposto.

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Ademais, ele também declarou que “não existe país sério que cobra isso de empresas” e que “todo desequilíbrio fiscal acaba devido a um ajuste, uma crise ou repressão financeira e controle de capitais”.

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O Imposto sobre Operações Financeiras é um tributo devido pelo governo em operações de crédito, câmbio, seguros e investimentos.

Aumento do IOF

O aumento do IOF foi anunciado com antecedência nesta quinta-feira (22.mai) pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, em evento na B3 (Bolsa de Valores do São Paulo).

A comunicação ocorreu antes do anúncio oficial do Ministério da Fazenda e do Ministério do Planejamento e Orçamento. O decreto foi publicado no Diário Oficial da União na tarde da quinta-feira. Segue a íntegra (PDF – 142 kB).

A Fazenda projeta que o aumento do imposto arrecade R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41,0 bilhões em 2026.

As alterações sugeridas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, impactarão os cartões utilizados em viagens ao exterior. O imposto nessas operações estava em 3,38% em 2025 e sofreria uma redução progressiva até 0% em 2028. A equipe econômica decidiu que a transição não seria implementada e estabeleceu uma taxa fixa de 3,5%.

A redução gradual da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras foi definida pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022.

Haddad, em entrevista a jornalistas, expressou seu pesar em relação ao vazamento de informações sobre o aumento do IOF.

O IOF assegura que não foi desviado da Receita Federal. Aqui não há desvio de recursos. Pode ter certeza de que quando se trata de assuntos da Fazenda e do Planejamento, há uma questão de protocolo interno.

Haddad afirmou que os dividendos não entram na incidência do IOF. Segundo ele, o tema já é tratado na reforma do Imposto de Renda. O economista defendeu não “misturar os temas”.

Banco Central

O Banco Central não se manifestou em relação ao aumento do IOF, e Haddad declarou que nenhuma das medidas foi “negociada” com a autoridade bancária.

No X, Volpon declarou que o Banco Central compreende “o que pode ocorrer com essa tentativa disfarçada de restrição financeira”.

O Brasil precisa de um novo modelo de cooperação com o Banco Central, que vá além do que temos hoje. É preciso que o Banco Central entenda que o país não é uma ilha, e que a inflação não é apenas um problema brasileiro. Precisamos de um diámais aberto e transparente com o Banco Central, e que o Banco Central entenda que o país não é uma ilha, e que a inflação não é apenas um problema brasileiro.

Fonte: Poder 360

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