Ex-secretário afirma que Torres intensificou as reuniões sobre as eleições no segundo turno

Fernando de Sousa Oliveira declarou ao STF na quinta-feira (24.jul) que Torres organizou seis reuniões durante o período.

24/07/2025 13h38

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(Imagem de reprodução da internet).

O delegado da PF e ex-secretário-executivo da SSP-DF, Fernando de Sousa Oliveira, informou ao STF que o então ministro da Justiça, Anderson Torres, solicitou medidas eleitorais adicionais para o segundo turno de 2022. A declaração ocorreu nesta quinta-feira (24.jul.2025) durante o depoimento dos réus do denominado núcleo 2 sobre a tentativa de golpe de Estado.

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Antes do primeiro turno, não houve encontros. No segundo turno, verificou-se uma alta demanda por Torres em relação à eleição. Fui convocado pelo menos seis vezes: três para reuniões com o ministro, outras três para conversar somente com o secretário [de operações integradas, Alfredo] Carrijo. Houve uma mudança de postura do ministro, o que demandou bastante a diretoria de operações.

Oliveira é acusado de ter atuado com a delegada e ex-subsecretária de Inteligência da SSP, María Ferreira de Alencar, na organização de blitz durante o segundo turno das eleições em 2022. Também é acusado de “omissão”, como os demais integrantes da SSP denunciados: María e o ex-ministro Anderson Torres, que estava no comando do órgão durante o 8 de Janeiro.

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O ex-secretário afirmou ter recusado uma solicitação do ministro referente a uma operação conjunta entre a PRF e a PF, que seria denominada “operação crime eleitoral zero”.

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Oliveira afirmou que todos os sinais de inteligência sobre crimes eleitorais, identificados pela secretaria de inteligência do Ministério da Justiça, se concentravam em áreas urbanas. Ele ressaltou que não haveria viabilidade técnica para empregar efetivos da PRF no segundo turno das eleições, pois os agentes da polícia rodoviária não possuíam competência constitucional e legal para atuar nesses locais.

A ação também previa um aumento de verba. O ministro estava insatisfeito com a atuação da polícia federal. “Não é fácil ir contra a decisão de um ministro”. O réu declarou que havia “pressão” para ele assinar a decisão. Oliveira emitiu seu parecer negativo em 25 de outubro, 5 dias antes das eleições.

Foi também discutida uma possível reunião entre comandantes das polícias brasileiras. O ex-diretor, questionado pelo juiz auxiliar Rafael Henrique Tamai Rocha, relatou que a reunião de 19 de outubro de 2022 teve três pautas específicas: apresentação de dados e informações sobre crimes eleitorais, um pedido de Torres por maior atuação das forças policiais nas ruas durante o segundo turno e um pedido ao diretor da PRF, Silvinei Vasques, para apoio à PF (Polícia Federal) nas eleições.

O ex-secretário-adjunto da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal afirmou que, na reunião de 19 de outubro, não se tratou de discutir uma operação de policiamento direcionado no segundo turno da eleição.

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