Ex-superintendente da Lava Jato assume comando do Coaf em julho
Ricardo Saadi possui experiência como conselheiro do Coaf, liderou unidades especializadas da PF em São Paulo e em Brasília e exerceu atuação em cooperação internacional com a Europol.

O delegado da Polícia Federal Ricardo Saadi, que atuou na força-tarefa da Lava Jato em 2014 e possui trajetória marcada pelo combate a crimes financeiros, assume a presidência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) em 1º de julho de 2025. A nomeação ocorre em substituição a Ricardo Lião, que deixa o cargo a pedido após quase seis anos à frente do órgão.
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Atualmente, está vinculado à Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado e à Corrupção da PF, Saadi recebeu boas indicações de outras autoridades, incluindo o ministro da Controladoria-Geral da União, Vinicius Carvalho, próximo ao diretor-geral da corporação, Andrei Rodrigues.
Membros do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal foram informados da escolha, contudo, existem setores no Legislativo e no Judiciário que expressam inconformismo com o aumento da influência da Polícia Federal sobre o Coaf, órgão vinculado ao Banco Central e responsável pela produção de inteligência financeira no combate à lavagem de dinheiro, ao financiamento do terrorismo e à proliferação de armas de destruição em massa.
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A experiência de Saadi na repressão a crimes financeiros influenciou a decisão. Ele já foi conselheiro do próprio Coaf, chefiou unidades especializadas da PF em São Paulo e em Brasília e atuou em cooperação internacional junto à Europol, nos Países Baixos.
A avaliação no governo é que sua atuação deve ser estratégica em face do aumento do uso do sistema financeiro por organizações criminosas para movimentação de recursos ilícitos.
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Em nota, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, elogiou a atuação de Saadi e agradeceu ao antecessor.
Agradeço a Ricardo Lião, servidor aposentado desta casa, pelos serviços prestados, reconhecendo e valorizando todo o empenho, dedicação e profissionalismo com que conduziu suas funções ao longo do período em que se dedicou ao Coaf.
Ricardo Saadi liderou, por seis anos – de 2010 a 2017 – o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) da Polícia Federal, que tinha como função facilitar a colaboração com autoridades estrangeiras em investigações criminais.
Durante o período entre 2018 e 2019, ao liderar a superintendência do Rio de Janeiro, conduziu aproximadamente 900 pedidos de cooperação jurídica com cerca de 70 países e desempenhou um papel fundamental na recuperação de bilhões em ativos desviados em investigações relacionadas à operação Lava Jato.
A atuação do DRCI foi determinante para os desdobramentos internacionais, possibilitando a formalização de acordos com órgãos como a Europol e impulsionando o progresso de investigações sobre corrupção e lavagem de dinheiro com repercussões fora do Brasil.
Fonte por: CNN Brasil