Exames durante a gravidez diminuem a probabilidade de nascimento de bebês com malformações

Pesquisa aponta impacto da ausência de acompanhamento médico e desigualdade social no aumento de anomalias.

27/07/2025 7h28

2 min de leitura

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(Imagem de reprodução da internet).

Um estudo da Fiocruz revela que a relação entre as condições do bebê e fatores como pré-natal inadequado, idade materna, etnia, cor, baixo nível de escolaridade e outros aspectos socioeconômicos e biológicos está associada à ocorrência de malformações congênitas no Brasil.

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Uma parcela dessas ocorrências poderia ser evitada com o aprimoramento das políticas públicas.

Mulheres que não realizaram consultas de pré-natal no início da gestação apresentaram 47% mais chances de ter um bebê com anomalias quando comparadas a aquelas que iniciaram o acompanhamento no 1º trimestre.

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A investigação foi realizada com base em dados correlacionados do Sinasc e do SIM, da Fiocruz. Analisaram-se registros de nascidos vivos no Brasil, de 2012 a 2020, totalizando aproximadamente 26 milhões de bebês. Destes, cerca de 144 mil apresentaram alguma forma de malformação congênita.

As alterações destacadas na análise foram: malformações nos membros, cardíacas, do tubo neural, fenda labial, genitais, parede abdominal, microcefalia e síndrome de Down – condições identificadas como prioritárias para vigilância no país.

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mulheres com mais de 40 anos mostraram risco quase 2,5 vezes superior, enquanto aquelas com menos de 20 anos apresentaram risco 13% maior quando comparadas às que tinham entre 20 e 34 anos.

Mulheres com até três anos de estudo apresentaram 8% maiores chances de ter filhos com anomalias em comparação com aquelas com 12 anos ou mais de escolaridade.

Certas malformações apresentaram forte relação com fatores específicos. Anomalias do tubo neural – estrutura embrionária que dá origem ao cérebro e à medula espinhal – foram mais comuns em gestantes com baixa escolaridade, ausência de pré-natal e gravidez múltipla. Anomalias cardíacas estiveram associadas à idade materna avançada, perda fetal anterior e pré-natal inadequado. Já a síndrome de Down foi fortemente associada à maternidade acima dos 40 anos.

Disparidades entre as diferentes regiões do país

A pesquisa evidenciou diferenças notáveis entre as regiões do país na ocorrência e notificação de anomalias. O Sudeste se apresentou como a região com maior notificação de casos. No Nordeste, por outro lado, a elevada incidência de anomalias, como defeitos do tubo neural, pode estar associada à prevalência de pobreza, baixo nível de escolaridade e nutrição inadequada – com suplementação nutricional insuficiente.

A pandemia do vírus Zika, no período de 2015 a 2016, também influenciou os dados, com o aumento dos casos de microcefalia e outras malformações congênitas do sistema nervoso, principalmente na região Nordeste.

“Esses dados demonstram que a desigualdade socioeconômica, juntamente com fatores biológicos, impacta diretamente na saúde e desenvolvimento do bebê”, afirmou Qeren Hapuk. Para a pesquisadora, os fatores de agravamento são evitáveis ou modificáveis, e intervenções em educação materna, nutrição, planejamento reprodutivo e, principalmente, acesso ao pré-natal são fundamentais para a prevenção.

Com informações da Agência Brasil

Fonte por: Poder 360

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