Executivo busca influenciar a Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o INSS e investe na liderança de Omar Aziz
O Planalto tenta identificar e envolver parceiros nos principais cargos da comissão mista para apurar fraude no INSS.

Após a análise do requerimento de criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) na sessão do Congresso, na terça-feira (17), o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se mobiliza para assumir o controle da presidência do colegiado e evitar que a oposição determine os rumos da investigação.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A estratégia do Planalto visa assegurar o apoio de aliados em posições-chave. O senador Omar Aziz (PSD-AM) é o nome indicado para liderar a comissão, e existe uma pressão para impedir que a relatoria seja exercida por um parlamentar ligado ao ex-presidente Bolsonaro.
Com Aziz praticamente garantido na presidência, o foco agora é a definição do relator — cargo que cabe à Câmara dos Deputados.
LEIA TAMBÉM:
● Advogado afirma ter apresentado o perfil atribuído a Cid para a defesa de Bolsonaro
● Mareschi estende inquérito envolvendo Allan dos Santos por solicitação do Ministério Público Federal
● A avaliação do governo Lula é de 40,4% negativa e 28,6% positiva
A previsão é que a relatoria seja designada para o PL, que ainda está avaliando se o deputado Coronel Cristovão (PL-RO), responsável por coordenar as primeiras assinaturas para a CPI na Câmara, ou a deputada Coronel Fernanda (PL-MT), que também mobilizou apoio para instalar a CPMI, serão indicados.
O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e principal opositor do governo Lula, teme que, ao assumir a relatoria da CPMI, utilize o comitê para prejudicar o presidente.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), defendeu uma composição equilibrada. Para ele, a estratégia da ala aliada ao presidente Lula é revelar que as fraudes ocorreram durante o governo Bolsonaro e só foram descobertas na atual gestão.
Randolfe aposta no presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para liderar a seleção do relator com imparcialidade, mesmo com a defesa de um equilíbrio.
Seria aconselhável que a investigação não fosse conduzida por alguém do partido do presidente da República ou pelo principal partido de oposição.
No centro do poder, o Palácio da Planície negocia com os partidos do denominado centrão para evitar a indicação de um relator ligado ao ex-presidente e evitar que a CPI se transforme em um palco de críticas ao governo.
Fonte por: CNN Brasil