Executivo identifica alinhamento com a comunidade evangélica, porém enfrenta dificuldades na aproximação
Planoalto identifica divisão entre atuação política e fé; Lula não compareceu à Marcha para Jesus, mas enviou mensagem de elogios.

Uma fração do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) considera haver grande alinhamento entre a agenda de esquerda, com foco em questões sociais, e a dos evangélicos. Contudo, a percepção é que os petistas não conseguem ultrapassar uma divisão entre a base partidária e o grupo religioso.
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Essa análise no governo se fortaleceu após o PT, partido de Lula, lançar um curso para sua militância com foco em religiosos, através da FPA (Fundação Perseu Abramo).
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O presidente enfrenta dificuldades para se comunicar com esse público desde o início do mandato. Após a tentativa petista, a avaliação foi de que ainda há um estranhamento na hora de tentar se conectar com os evangélicos.
Seria necessário implementar uma campanha com o apoio do governo para ampliar a compreensão, na visão da administração petista, das convergências com esse grupo religioso. A desconfiança de ambos os lados decorre da proximidade dos evangélicos com a direita e dos apoiadores de Jair Bolsonaro (PL).
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O curso do PT, denominado “Fé e Democracia para Evangélicos e Evangélicas” e coordenado pela deputada Benedita da Silva (PT-RJ), contou com a presença de líderes de diferentes denominações evangélicas. Contudo, foi considerado um primeiro passo pelo governo.
Lula e sua comunicação buscaram se aproximar desse grupo religioso após retornar ao Palácio do Planalto, porém sem obter avanços significativos. Em 2024, o governo lançou a campanha “Fé no Brasil”, que não gerou resultados além dos vídeos publicitários.
A última tentativa do presidente para atingir os evangélicos foi uma carta de reconhecimento à Marcha para Jesus, ocorrida na quinta-feira (19.jun.2025), em São Paulo. O petista declarou-se emocionado como cristão pela manifestação de fé e justificou sua ausência no evento. Para atingir as 2.500 entrevistas que representem proporcionalmente os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData realiza dezenas de milhares de ligações telefônicas. Em muitos casos, podem ser necessárias mais de 100 mil contatos até que sejam identificados os entrevistados que reflitam com precisão o perfil da população. Saiba mais sobre a metodologia lendo este texto.
Fonte por: Poder 360