O governo Trump anunciou nesta segunda-feira (5) o corte de todas as novas bolsas federais de pesquisa para a universidade Harvard. A medida representou o mais recente esforço da administração para exigir mudanças na política da universidade em meio a um conflito sobre liberdade acadêmica, financiamento federal e supervisão do campus.
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A Secretária de Educação, Linda McMahon, deve enviar uma carta ao reitor de Harvard, Alan Garber, na segunda-feira à noite, informando que “Harvard não é elegível para novas bolsas do governo federal até que demonstre uma gestão responsável da universidade”, conforme declarado por um alto funcionário do governo.
McMahon deverá argumentar que o “comportamento terrível” de Harvard está minando a confiança do público no ensino superior, apontando o que descreveu como “falhas graves” em relação ao antissemitismo, “discriminação contínua”, “abandono do rigor e da excelência acadêmica” e falta de “diversidade de pontos de vista”.
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A iniciativa terá como foco específico o financiamento de bolsas de pesquisa e não afetará as Bolsas Pell federais ou o financiamento de empréstimos estudantis neste momento, informou a autoridade, e estima-se que impacte mais de US$ 1 bilhão por ano. O governo Trump já congelou US$ 2,2 bilhões em financiamento federal plurianual.
O governo Trump está disposto a negociar com a Harvard para restabelecer o financiamento, após “entrar em negociação com o governo para assegurar sua conformidade com todas as leis federais”.
Diante da pressão da CNN, a autoridade sinalizou que poderia acelerar uma solução, considerando que Harvard continua sob diversas investigações federais.
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Essas investigações precisariam resultar em acordos de resolução que garantissem que a Harvard cumprisse a lei federal. Também poderiam iniciar uma negociação mais ampla se estivessem interessados em acelerar o processo.
O governo Trump ameaçou revogar o status de isenção fiscal da universidade e colocou em risco sua capacidade de atrair estudantes internacionais, condicionando tal ato à submissão a uma extensa lista de exigências, que incluía a eliminação de programas de diversidade, equidade e inclusão, a proibição do uso de máscaras em manifestações no campus, a alteração dos processos de contratação e admissão com base no mérito, bem como o envio de registros disciplinares de estudantes estrangeiros.
A Universidade Harvard, a instituição mais antiga e com maior patrimônio do país, moveu um processo para a destinação de recursos federais destinados à pesquisa. A CNN contatou a universidade sobre a recente decisão da Casa Branca.
A presidente da Harvard afirmou: “Harvard não abrirá mão de sua independência nem de seus direitos constitucionais. Nem Harvard nem qualquer outra universidade privada pode se deixar dominar pelo governo federal.”
Fonte: CNN Brasil