Falece Antério Mânica, um dos envolvidos no crime conhecido como Chacina de Unaí
Em 2004, três fiscais do trabalho e um motorista foram assassinados ao se prepararem para realizar uma fiscalização em propriedades rurais.

Faleceu na quinta-feira, 15, o agricultor e ex-político Antônio Mânica, condenado por ter sido um dos responsáveis pelo massacre de Unaí, em Minas Gerais, em 2004, quando três inspetores fiscais do trabalho e um motorista foram assassinados antes de uma operação de fiscalização de trabalho escravo em fazendas da cidade.
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A prefeitura de União da Vitória informa que Mônica estava em Brasília para tratamento de câncer de pâncreas. O paciente tinha 70 anos e apresentava, também, diabetes e hipertensão. Ele passou recentemente por cirurgia após uma queda no hospital.
Originário do Rio Grande do Sul, Mônica era empresária do agronegócio. Conhecida como “Rainha do Feijão”, tornou-se uma das figuras mais influentes da região de Unaí, sendo eleita prefeita da cidade mesmo após a chacina, em 2004, e reeleita em 2008.
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Foi condenado em 2015, a mais de 100 anos de prisão. A Justiça chegou a anular a condenação e determinar novo julgamento. Em 2022, foi novamente condenado, com pena de 64 anos de prisão, e com direito a recorrer em liberdade.
A chacina
O crime ocorreu em 28 de janeiro de 2004. Eratosthenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, auditores fiscais do trabalho, e Ailton Pereira de Oliveira, motorista, foram assassinados com tiros após denúncias de contratações irregulares de trabalhadores em uma área rural de Unaí.
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Ademais, Antônio, seu irmão Norberto Mânica, também foi condenado como mandante do crime, que se tornou referência na luta contra o trabalho escravo no Brasil.
Fonte: Carta Capital