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Famílias falam sobre negligência em CDP onde detento morreu depois de jogar futebol


Famílias falam sobre negligência em CDP onde detento morreu depois de jogar futebol
(Foto Reprodução da Internet)

São Paulo — Familiares de presos do Centro de Detenção Provisória (CDP) da Vila Independência denunciam negligência na unidade prisional da zona leste da capital paulista diante de duas mortes recentes de detentos e supostas falhas nos atendimentos de saúde.

Um dos presos morreu três dias após se machucar em uma partida de futebol dentro da unidade prisional, no início de outubro. A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) afirmou que ele foi encaminhado para o hospital com dor na perna, para um atendimento de urgência, mas acabou falecendo.

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Em outubro passado, outro preso da mesma unidades prisional faleceu suspeita de meningite. A família do homem diz que ele não recebeu o cuidado adequado e que não houve isolamento após suspeitarem que a causa de sua morte fosse meningite – uma doença bacteriana que pode ser transmitida pelo ar.

A SAP afirmou ter levado o preso para o Centro Hospitalar Penitenciário, onde ele morreu. Além disso, a SAP seguiu as normas de vigilância epidemiológica, isolando os demais detentos que estavam na mesma cela. A equipe de saúde acompanhou de perto essa situação e nenhum dos outros presos apresentou sintomas. A pasta está investigando as circunstâncias das mortes.

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Pessoas presas em uma cela do sistema prisional de São Paulo.

Além disso, parentes de mais dois presos do CDP da zona leste dizem que eles estão doentes e não estão recebendo o tratamento necessário na unidade. Um deles tem duas hérnias e está com pus na urina. Segundo um familiar, isso requer cuidados médicos especiais, mas até agora não foi feito nada a respeito.

“No CDP há apenas uma enfermeira. Infelizmente, ela está sobrecarregada porque lá só tem dipirona e nenhum médico”, declarou um parente do detento, cuja identidade será preservada para proteger a família.

O outro preso ficou reclamando de um inchaço na perna por cerca de 15 dias. No dia 22/10, a ferida estourou e ele foi levado para o Hospital da Vila Alpina. Depois de receber alta, a mulher dele diz que foi oferecido material para troca do curativo, mas o CDP não permitiu a entrada dos insumos.

“Disseram que era possível fazer o curativo no CDP, mas não encontramos nada lá. Agora, meu marido precisa usar uma meia para cobrir a ferida e tentar evitar que ela piore. Existe o risco de ele perder a perna se a inflamação não melhorar”, disse a mulher.

A SAP informou que o detento com hérnias recebeu cuidados médicos nos dias 26 e 30 pela equipe de saúde da prisão. A pasta disse que nos próximos dias ele será avaliado por um cirurgião geral.

O preso com a perna inchada, segundo a SAP, está sendo medicado conforme orientado pela equipe do hospital onde ele foi atendido. “O custodiado vem sendo atendido pela equipe de saúde do CDP para a troca de curativo sempre que necessário”.

Relatório sobre casos de violações.

Durante as inspeções, também foi constatado que a qualidade da comida é baixa, com refeições azedas e alimentos pouco nutritivos. Segundo a especialista, em média, são gastos apenas R$ 8 por dia com a alimentação de cada preso nas três refeições oferecidas. Além disso, os detentos passam períodos longos em jejum, pois em algumas unidades a última refeição do dia é servida por volta das 17h.

Com isso, é impossível ter uma alimentação saudável e equilibrada. Faltam legumes, frutas e vegetais nas refeições. As marmitas são preparadas com arroz, feijão e uma opção de proteína pouco confiável, como salsicha, linguiça ou ovo, que frequentemente já estão estragados.

Cecília Guimarães disse que em apenas uma das unidades visitadas no mês passado tinha médico. Nas outras unidades, os enfermeiros faziam o atendimento aos presos, mas a estrutura era ruim. Foi observado também que havia apenas um profissional de saúde mental para atender cerca de dois mil presos em um dos presídios.

Peritos encontraram marmitas azedas com pouco valor nutricional Divulgação/MNPCT

A superlotação nas cadeias de São Paulo contribui para o aumento de doenças.

A SAP é uma empresa global de software que atua no setor de tecnologia da informação. Ela oferece soluções de software para empresas e organizações em diversos segmentos e quisitos. Suas soluções ajudam a otimizar processos de negócios, melhorar operações e impulsionar a inovação. A SAP desenvolve produtos que abrangem desde análises de dados até gerenciamento de recursos humanos e supply chain. A empresa busca constantemente inovar e servir seus clientes de forma eficaz.

A SAP disse que ainda não recebeu o relatório do órgão federal. Segundo a nota enviada ao Metrópoles, os presos são passam por triagem de saúde ao entrarem no sistema carcerário.

Segundo a SAP, eles têm uma rede de médicos e dentistas disponíveis, que oferecem consultas presenciais e online com especialistas, se necessário.

A pasta negou que haja racionamento de água visto pelos especialistas. “Todos os presídios seguem o que a Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece: o consumo mínimo de 100 litros de água por pessoa por dia”.

Sobre a alimentação precária, apontada pela fiscalização do órgão federal, a SAP afirmou que os presos contam com três refeições diárias “elaboradas por nutricionistas”.


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