A comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga as invasões do movimento dos trabalhadores sem terra (MST) cancelou a reunião desta terça-feira (26), destinada à votação do parecer final do relator Ricardo Salles (PL-SP). O colegiado deu início aos trabalhos ainda em maio, com um prazo inicial de 120 dias para conduzir as investigações.
Entretanto, os deputados não progrediram conforme o previsto, só obtendo um novo impulso na comissão após Arthur Lira (PP-AL), o presidente da Câmara, estender o prazo para a apresentação do relatório final para esta terça-feira.
O deputado Nilto Tatto (PT-SP), na sessão da semana passada, solicitou vista, ou seja, mais tempo para examinar o parecer de Salles. O prazo de vista é de duas sessões plenárias, conforme o regimento interno da Câmara.
Portanto, o prazo além do limite determinado por Lira, permitiria a votação do relatório apenas na próxima quinta-feira (28).
A assessoria da CPI do MST deu a entender por meio de uma “informação extraoficial” que a prorrogação dos trabalhos irá até a próxima quinta, conforme relatado.
De acordo com a secretaria da comissão, para que a investigação seja de fato prorrogada, será necessário um despacho da presidência determinando novo prazo. Caso isso não ocorra, a CPI será encerrada sem uma reunião final.
O que diz o relatório de Salles.
Na última quinta-feira (21), Ricardo Salles propôs o indiciamento de 11 pessoas, entre elas o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias e o líder da Frente de Luta Campo e Cidade, José Rainha.
Para ele, os membros dos movimentos, que denomina de “facções”, cometem atos de violência contra produtores rurais e contra os “próprios integrantes” das organizações.
No documento, Salles escreveu “As informações disponíveis validam que, pelo menos por agora, não é necessário expandir as áreas destinadas à reforma agrária. Ao contrário, há urgência em ajustar e tornar viável, através da eficiência, meritocracia e produtividade, os milhares de assentamentos já estabelecidos”.