Financiamento imobiliário tende a se tornar mais caro em 2026 devido à incidência de taxação sobre LCI e Selic elevada
O setor da construção civil tem alertado sobre a possibilidade de restrição de financiamento para habitação diante do cenário de altas taxas de juros.

A partir de 2026, o crédito imobiliário deverá se tornar mais caro, considerando que a taxa Selic permanecerá em um nível elevado e a taxação das Letras de Crédito Imobiliário (LCI) será implementada no próximo ano, afirmou o presidente da Associação dos Mutuários do Brasil (Amubra), Silvio Saldanha, à Reuters.
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Diante de um mercado imobiliário aquecido, o setor da construção civil tem alertado para uma possível restrição de financiamento para habitação, criticando as altas taxas de juros, com a Selic atualmente em 14,75% ao ano, o maior patamar em quase 20 anos.
A recente proposta do governo para a taxação das LCIs, incluída no pacote para compensar a queda na alta do IOF, também gerou preocupação no setor.
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De acordo com informações de empresas do setor imobiliário, a remoção da isenção do Imposto de Renda sobre as LCIs eleva em 0,5% a taxa de financiamento SBPE, e, desde 2021, as taxas subiram 5 pontos percentuais, elevando o valor das parcelas de financiamento em 50% nesse período.
“Isso só vai impactar na hora da aprovação do crédito”, disse Saldanha. “[Se hoje] você aprovava seu financiamento com uma renda familiar de R$ 5 mil, com essa alteração talvez precise de uma renda maior, talvez de R$ 5,4 mil, R$ 5,5 mil, R$ 6 mil.”
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A Abrainc, que representa incorporadoras do país; a Cbic, do setor da construção civil; a Aelo, que representa loteadores; e o sindicato das empresas de habitação em São Paulo, Secovi-SP, emitiram nota conjunta na semana passada, afirmando que a medida desestimula o investimento em habitação, observando que o estoque de LCIs está em R$ 427 bilhões e que a modalidade vem ganhando espaço como fonte de financiamento ao setor.
Em abril, as LCIs corresponderam a 18% do total de recursos empregados no crédito imobiliário, situando-se como a terceira principal fonte de financiamento, sucedidas pela poupança (30%) e pelo FGTS (26%), conforme informações da Abecip.
A participação da poupança sobre o total de financiamento tem diminuído – atingiu 37% em 2023, enquanto a das LCIs tem crescido, de 14% em 2023 para os atuais 18%. Já a participação do FGTS permaneceu estável nesse período.
O presidente da Amubra afirmou que as famílias tendem a optar por imóveis mais acessíveis ou aumentar o valor da entrada, além de, por vezes, incluir mais membros na composição da renda familiar.
Fonte por: CNN Brasil