França anuncia data da prisão de Nicolas Sarkozy por financiamento ilegal de campanha

Aos 70 anos, Sarkozy refuta as acusações e se declara vítima de uma ‘armação política’.

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(Imagem de reprodução da internet).

Decisão da Justiça Francesa sobre Prisão de Sarkozy

A Justiça francesa deve anunciar nesta segunda-feira (13) a data da prisão do ex-presidente Nicolas Sarkozy. Ele foi condenado a cinco anos de prisão por conspiração criminosa em um esquema de financiamento ilegal de sua campanha eleitoral de 2007, que teria recebido recursos do regime líbio de Muammar Gaddafi. Aos 70 anos, Sarkozy nega as acusações e afirma ser alvo de uma “armação política”. Ele classificou o veredito como “um escândalo” e já recorreu da decisão. O tribunal de Paris, no entanto, determinou a execução imediata da sentença, citando a “gravidade do abalo à ordem pública” causado pelo crime.

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Com essa condenação, Sarkozy se tornará o primeiro ex-presidente da França moderna a cumprir pena de prisão efetiva. O ex-chefe de Estado, que governou o país entre 2007 e 2012, está afastado da política há anos, mas ainda exerce influência entre setores conservadores. Segundo o tribunal, Sarkozy teria utilizado sua posição como ministro do Interior e, posteriormente, como candidato para “preparar corrupção no mais alto nível”, organizando encontros secretos entre aliados e membros do governo líbio entre 2005 e 2007.

Acusações e Defesa

Os magistrados destacam que dois de seus assessores próximos, Claude Guéant e Brice Hortefeux, se reuniram com Abdullah al-Senoussi, cunhado de Gaddafi e então chefe de inteligência, que foi condenado na França por ataques terroristas nas décadas de 1980 e 1990. Apesar da condenação, o tribunal absolveu Sarkozy de três outras acusações, incluindo corrupção passiva e financiamento ilegal de campanha, reconhecendo a falta de provas de que o dinheiro da Líbia tenha sido utilizado diretamente em sua campanha ou para enriquecimento pessoal.

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Sarkozy defende que as acusações são uma vingança do “clã Gaddafi”, em retaliação ao apoio francês à intervenção militar que derrubou o ditador líbio em 2011, durante a Primavera Árabe. Após a definição da data de prisão, o ex-presidente deverá cumprir a pena em condições especiais, possivelmente na prisão de La Santé, em Paris, onde ficará isolado em uma ala destinada a presos de alto perfil. Ele poderá solicitar libertação provisória enquanto aguarda o julgamento do recurso, que será analisado pelo tribunal de apelação em até dois meses.

Debate sobre Execuções Imediatas de Penas

O caso reacende o debate na França sobre a prática de execuções imediatas de penas, que, segundo o Ministério da Justiça, já se aplica a 90% dos condenados a dois anos ou mais de prisão no país.

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