Fraude no INSS reacende o debate sobre corrupção, afirma especialista

A recente descoberta de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) reacendeu um tema há muito tempo negligenciado na política brasileira: a corrupção. De acordo com o jornalista e analista de risco político Fábio Zambeli, vice-presidente da consultoria Agora Assuntos Públicos, o tema resgatou o debate político e poderá influenciar as eleições de 2026.

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Zambeli informa ao WW Especial que, em recentes interações com empresários e profissionais do mercado financeiro, observou um interesse revivido no assunto da corrupção.

O analista afirma que a pergunta e o questionamento sobre a corrupção estão voltando a ser temas relevantes no debate eleitoral de 2026, ressaltando que a fraude envolvendo os recursos dos aposentados já está gerando discussões em meios influentes.

Polarização e o eleitorado decisivo.

A situação política contemporânea, segundo o especialista, é caracterizada por uma intensa polarização. Por um lado, há um grupo que apoia incondicionalmente o governo e aceita suas versões dos fatos. Por outro, existe uma parte da população que se opõe a qualquer argumento proveniente do Palácio do Planalto.

Contudo, Zambeli destaca que o grupo decisivo nas eleições é aquele que se encontra no meio desses extremos. “Quem decide a eleição é quem está no meio, é aquele público que não tem tamanho para eleger um presidente, mas que vai pender para um lado ou para outro”, explica. Este eleitorado, segundo ele, é particularmente sensível a temas relacionados à corrupção.

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O impacto do Operação Lava Jato e os novos escândalos.

O analista também aponta para o impacto da Operação Lava Jato no cenário político brasileiro. Ele lembra que a operação, outrora uma bandeira do eleitorado centrista, foi “literalmente enterrada e politicamente”.

O surgimento de um novo escândalo de corrupção envolvendo o governo atual pode reacender questionamentos sobre a necessidade de uma nova ofensiva contra práticas corruptas. “Quando volta um grande escândalo contra um governo que já enfrentou crises de corrupção recentes, é natural que esse público que vai decidir a eleição comece a perguntar: está voltando aquilo pré-Lava Jato?”, pondera Zambeli.

O analista conclui que observou, nas últimas semanas, um aumento da temperatura em relação ao tema da corrupção. Para ele, trata-se de uma variável que estava fora do radar e que agora retornou definitivamente para o debate político.