Risco Pulmonar e Abstinência Tabágica em Cirurgias
A exposição ao fumo de cigarro ou à vaporização de nicotina (vape) coloca o organismo em risco, expondo-o a substâncias como monóxido de carbono, nicotina e partículas finas. Essa exposição compromete o transporte de oxigênio e pode danificar o epitélio respiratório, aumentando o risco de complicações pulmonares durante e após a cirurgia, incluindo hipóxia, pneumonia, necessidade de reintubação, cicatrização lenta, deiscência (abertura dos pontos) e infecções.
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Quanto Tempo Antes Parar de Fumar?
A recomendação é simples: quanto antes, melhor. Estudos indicam que, mesmo 4 semanas sem fumar já diminuem as complicações respiratórias e de ferida operatória. Benefícios ainda maiores são observados com 8 semanas de abstinência. É importante desmistificar a ideia de que parar de fumar em cima da hora prejudica a cirurgia, pois qualquer período sem fumo contribui para a segurança do paciente.
Estratégias para o Sucesso na Abstinência
Diretrizes internacionais, como o protocolo ERAS para cirurgia colorretal, recomendam iniciar a cessação tabágica com pelo menos 4 semanas de antecedência, combinando com suporte comportamental e reposição de nicotina. Recursos como a terapia de reposição de nicotina (adesivos, gomas, pastilhas, inaladores) auxiliam no controle dos sintomas de abstinência, sendo segura para pacientes cirúrgicos. A vareniclina, um medicamento que atua nos receptores nicotínicos, e a bupropiona, um antidepressivo que também age na fissura tabágica, são outras opções disponíveis, sempre sob supervisão médica.
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Cuidados Específicos em Cirurgias
Em cirurgias urgentes e oncológicas, a importância da abstinência tabágica é ainda maior. Mesmo poucas horas sem fumo já melhoram o transporte de oxigênio em cirurgias urgentes. Já em cirurgias oncológicas, estudos mostram um aumento de 31% nas complicações quando o paciente fumou nas 4 semanas anteriores ao procedimento, comparado com aqueles que suspenderam antes. A combinação de aconselhamento motivacional com acompanhamento frequente, incluindo o uso de TRN, vareniclina e/ou bupropiona, aumenta significativamente as chances de sucesso.