Fundos de Ações Recuperam com Expectativa de Queda de Juros
No primeiro semestre de 2025, o desempenho dos fundos de ações no Brasil apresentou um crescimento modesto, com o patrimônio líquido da classe permanecendo em torno de R$ 500 bilhões. Essa situação foi influenciada por fatores como a aversão ao risco no país, o cenário econômico incerto, incluindo as eleições de 2026, e a alta taxa Selic.
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Apesar disso, entre agosto e outubro, o segmento registrou uma melhora significativa, atingindo R$ 600 bilhões, impulsionada pela recuperação da bolsa de valores.
Fatores que Impulsionaram a Recuperação
A retomada do desempenho dos fundos de ações foi marcada pelo aumento da rentabilidade da bolsa de valores, que subiu quase 20% entre 31 de julho e 1º de dezembro. Esse cenário, combinado com a expectativa de uma queda na taxa Selic, gerou um “alpha” – a diferença entre a rentabilidade dos fundos e a do mercado – que contribuiu para a valorização do patrimônio líquido da classe.
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Segundo Pedro Rudge, diretor da Anbima, esse “alpha” é resultado da combinação da valorização da bolsa com a rentabilidade dos fundos.
Desafios e Contração no Mercado
Apesar da recuperação, os fundos de ações enfrentaram desafios, como a captação líquida negativa em grande parte do ano. A alta da Selic, em 15%, incentivou os investidores a migrar de ações para a renda fixa. Além disso, o número de contas investindo em fundos de ações diminuiu significativamente em relação a 2020, atingindo o menor nível desde dezembro de 2019.
Rudge atribui essa contração, em parte, à falta de educação financeira e à natureza “pêndulo” do mercado brasileiro.
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Fluxo de Investimento Estrangeiro
Um fator crucial para a valorização dos fundos de ações foi o fluxo de investimento estrangeiro na B3. Entre outubro de 2024 e o final de outubro de 2025, investidores estrangeiros acumularam um aporte líquido de R$ 25,94 bilhões na bolsa, principalmente através de IPOs e follow-ons em países emergentes como Brasil, Colômbia, México, Peru e África do Sul.
Esse cenário representou uma reversão em relação a 2024, quando houve uma retirada líquida de R$ 24,2 bilhões.
Perspectivas Futuras
Embora a bolsa ainda esteja distante do seu pico em dólares, após a correção da inflação, há potencial de valorização, o que poderia impulsionar ainda mais os fundos de ações. A expectativa de alívio na política monetária e o aumento do fluxo de investimento estrangeiro são fatores que podem contribuir para a retomada do crescimento da classe.
