O presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, declarou que a transição de comando na presidência da autoridade monetária foi “exemplar”. Ele elogiou o ex-presidente da instituição, Roberto Campos Neto, que já foi criticado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
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Haddad afirmou que o processo foi “complexo” e teve “constrangimentos”, comparando a transferência de responsabilidades que enfrentou com o ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, no governo de Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com Galípolo, que atuou como secretário-executivo de Haddad, a mudança no cargo se justificou pelos “méritos” de Campos Neto e de outros ex-diretores da autoridade monetária. “Acredito que foi feita de maneira bastante exemplar do ponto de vista institucional a transição aqui no BC”, declarou.
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O chefe do Banco Central declarou que o processo permitiu a maior confiança na política monetária.
Galípolo participou por videoconferência do 11º Seminário Anual de Política Monetária, organizado pela FGV (Fundação Getulio Vargas). Ele recordou que foi o 1º presidente do Banco Central selecionado após a aplicação da autonomia operacional, em 2021.
“Não há posto mais legal de estar ocupando do que a presidência do Banco Central. É uma honra, uma satisfação e um privilégio. Não há outro lugar que eu gostaria de estar mais do que a presidência do Banco Central neste momento […]. É o melhor emprego que pode existir”, declarou.
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Política monetária
O Banco Central elevou a taxa básica de juros, a Selic, para 14,75% ao ano em maio, o nível mais elevado desde 2006. A justificativa é a inflação e as perspectivas de inflação acima da meta estabelecida, que varia entre 1,5% e 4,5%. O índice IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) apresentou alta de 5,53% no período acumulado de 12 meses até abril.
O Banco Central afirmou que a arrefecimento é “essencial” para atingir a meta de inflação. Na sexta-feira (23.mai), Galícia declarou que as expectativas inflacionárias estão descoladas por “tempo maior” e que esse processo se intensificou no final de 2024.
Ele argumenta que o aspecto doméstico exerce um peso significativo na desancoragem das expectativas. Declarou que o crescimento econômico tem surpreendido os agentes financeiros e que a dinâmica doméstica explica a ação do BC em acelerar o aperto monetário.
O Copom (Comitê de Política Monetária) declarou que o desempenho superior do mercado de trabalho impulsiona o crescimento da renda e estimula o consumo.
O comitê afirmou que existem ganhos efetivos além da produtividade. A autoridade monetária declarou ainda que a “inflação” no mercado de trabalho faz parte do mecanismo de política monetária.
O Banco Central indicou que o enfraquecimento do mercado de trabalho representa um avanço para uma possível redução da taxa Selic. As previsões dos profissionais do setor financeiro apontam que a taxa básica de juros deverá diminuir somente em 2026.
Os dados da massa de rendimento indicam um enfraquecimento ainda inicial, o que sustenta a argumentação de Galípolo de que a taxa Selic permanecerá elevada por um período consideravelmente longo.
Fonte: Poder 360