General Heleno decide responder apenas à sua defesa e nega autoria do golpe
Ex-ministro do GSI foi o quinto réu a depor no STF nesta terça-feira (10); a reunião com os ministros, segundo o militar, visava prevenir ocorrências violentas no pleito.

O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, compareceu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para prestar esclarecimentos sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. Durante seu depoimento, ele negou qualquer apoio a ações golpistas, ressaltando que não havia oportunidades para tais atos e defendeu a implementação do voto impresso. Ele foi o quinto réu a prestar depoimento e não respondeu a perguntas de ninguém além de sua própria defesa. Heleno foi questionado pela defesa sobre sua possível participação na disseminação de desinformação a respeito das urnas eletrônicas. “Eu não tinha nem tempo para fazer isso”, respondeu o general. A Procuradoria-Geral da República o acusa de ter feito declarações consideradas golpistas em uma reunião ministerial realizada em julho de 2022.
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Conversei ontem com o Vitor, que é o novo diretor da Abin. Planejamos um esquema para monitorar as ações de ambos os lados. O principal risco é que informações sobre isso venham a ser divulgadas. Como muitas pessoas se conhecem nesse ambiente, uma acusação de infiltração desse elemento da Abin em qualquer lugar, teria dito Heleno na ocasião.
O ex-ministro defendeu que o objetivo da reunião era prevenir atos de violência contra candidatos ou a obstrução do deslocamento de eleitores nas eleições, e não planejar a infiltração de agentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) nas campanhas eleitorais. “Eu conversei com o Victor, que na época era o diretor interino da Abin, para que fosse feito um acompanhamento das eleições presidenciais e se evitasse o que ocorreu com Bolsonaro na facada de Juiz de Fora”.
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A Polícia Federal o aponta como parte de um “núcleo de inteligência paralela” que teria colaborado na tentativa de golpe. A defesa de Heleno buscou demonstrar que houve um afastamento dele e do ex-presidente Jair Bolsonaro na segunda metade do governo. Testemunhas confirmaram que o general manteve uma transição pacífica após a derrota nas eleições, sem discutir planos de golpe.
Ademais, documentos e anotações obtidos pela Polícia Federal indicam que o governo Bolsonaro ponderou empregar a Advocacia-Geral da União para obstruir operações policiais. A Abin, conforme a PF, foi utilizada para atividades de espionagem e disseminação de desinformação sobre o processo eleitoral, evidenciando uma “comunhão de esforços” para intimidar investigações contra membros do governo.
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Reportagem produzida com auxílio de IA
Fonte por: Jovem Pan