Gestantes que trabalham encontram barreiras não aparentes que impactam sua saúde e trajetória profissional

Especialistas em saúde ocupacional alertam para a persistência de falhas na adequação de atividades e ambientes de trabalho às demandas de gestantes.

25/05/2025 17h03

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(Imagem de reprodução da internet).

Pressão por mudanças aumenta com foco na saúde das gestantes.

As discussões sobre as condições oferecidas pelas empresas às trabalhadoras grávidas ganham espaço diante da necessidade de rever práticas organizacionais.

É necessário assegurar que gestantes recebam apoio físico e emocional durante o período de gestação, além do que estabelece a legislação.

O médico Marco Aurélio Bussacarini, especialista em Medicina Ocupacional, defende que o acompanhamento dessas profissionais deve ser organizado.

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O acompanhamento deve levar em conta as mudanças físicas e emocionais daquele período.

Avaliação médica e riscos do ambiente devem ser prioridade.

Para Bussacarini, um dos primeiros passos para garantir a saúde da gestante no trabalho é a realização de avaliações periódicas.

Essas consultas devem considerar os riscos ocupacionais de cada função.

É necessário rever questões como postura, ergonomia, exposição a agentes perigosos e períodos prolongados de trabalho.

Ademais, modificações modestas no local de trabalho ou realocações transitórias para cargos administrativos podem influenciar positivamente a saúde da mãe e do bebê.

O apoio emocional deve ser parte da política interna.

Além dos cuidados físicos, o médico ressalta a importância do apoio emocional.

Ambientes que promovem a escuta atenta e a comunicação transparente auxiliam na diminuição de episódios de estresse e ansiedade.

Ele argumenta que iniciativas como rodas de conversa e a disponibilização de apoio psicológico contribuem para o aumento da segurança emocional no ambiente de trabalho.

Flexibilização da jornada pode evitar afastamentos.

Em contextos clínicos específicos, a flexibilização da jornada é considerada uma alternativa eficaz para prevenir o agravamento da saúde das gestantes.

A inflexibilidade nos horários pode gerar afastamentos que seriam evitados com uma postura mais flexível à realidade da trabalhadora.

Liderança necessita estar pronta para receber solicitações.

O especialista defende que se faz necessário investir no desenvolvimento de gestores e lideranças.

O modo como os líderes atendem às necessidades da gestante influencia diretamente o relacionamento entre a colaboradora e a organização.

Quando existe confiança para comunicar falhas, licenças e necessidades de adaptação, o ambiente se torna mais receptivo.

Para Bussacarini, “a confiança é a base. Quando a gestante sente que pode expressar suas necessidades sem medo de julgamentos ou retaliações, o vínculo com a empresa se fortalece”.

A vantagem de se organizar é maior que o custo.

A atenção à saúde da gestante também influencia os resultados da organização.

Segundo Bussacarini, empresas que implementam métodos mais organizados e abrangentes observam elevação da produtividade, aumento do envolvimento e diminuição do número de licenças médicas.

Adicionalmente, a imagem da empresa como empregadora tende a se fortalecer.

A preocupação com o assunto reforça a reputação da instituição e auxilia na formação de um mercado de trabalho mais equânime e equilibrado.

Fonte: Carta Capital

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