Gil Gomes: Da Irreverência ao Trágico Fim da Lenda do “Aqui Agora”

Gil Gomes, ex-repórter policial do “Aqui Agora”, protagoniza história de superação e tragédia. Conhecido pela irreverência, enfrentou gagueira e censura. Faleceu em 2018, aos 78 anos, em SP

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(Imagem de reprodução da internet).

A Saga Inesquecível de Gil Gomes: Do Suspense ao Trágico Fim

Quem não se lembra da voz inconfundível de Gil Gomes, daquele repórter policial do programa “Aqui Agora” do SBT? Aquele suspense crescente, a mão que girava no ar, desenhando a cena do crime, as camisas estampadas… Em um jornalismo que, por vezes, parece desprovido de personalidade, Gil representava um sopro de irreverência, transformando tragédias urbanas em verdadeiras novelas da vida real.

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A história de Gil é, acima de tudo, uma história de superação. Um homem que venceu a gagueira, uma barreira que o impedia de falar, para se tornar a voz do povo. Sua jornada começou com um esforço consciente, imitando a dicção rápida dos locutores esportivos, uma estratégia que o libertou da sua dificuldade e o impulsionou para o sucesso.

Essa determinação o levou a iniciar sua carreira no rádio, marcando o início de sua trajetória notável.

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A alcunha de “Repórter Policial” surgiu em 1968, quando ele cobriu um crime ao vivo na Rádio Marconi. O sucesso foi imediato, mas também enfrentou a censura durante a Ditadura Militar, um período que testou sua coragem e resiliência. Nos anos 90, Gil alcançou seu auge, especialmente como apresentador do telejornal “Aqui Agora” (SBT), onde aprimorou seu visual e sua narrativa, conquistando o Brasil e um dos maiores salários da televisão brasileira na época.

Sua vida pessoal também prosperou: ele construiu um império, casou-se duas vezes e teve cinco filhos, vivendo cercado de luxo e conforto. No entanto, essa trajetória de sucesso escondeu um lado sombrio. O vício em apostas, especialmente em cavalos (turfe), consumiu sua fortuna, drenando suas contas bancárias e levando-o à falência.

A situação financeira se agravou ainda mais com o diagnóstico do Mal de Parkinson, em 2005, que afetou progressivamente seus movimentos e sua fala, a ferramenta essencial de seu trabalho. Essa doença, somada ao câncer no fígado, diagnosticado em 2015, o levou ao isolamento, recusando visitas e afastando-se da televisão e do rádio, com uma breve aparição em 2016.

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Gil Gomes faleceu em 16 de outubro de 2018, aos 78 anos, em São Paulo, vítima de um câncer de fígado. Sua história, marcada por altos e baixos, serve como um lembrete da fragilidade da vida e da importância da perseverança.

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