Gilberto Gil interpretações em evento sobre Ariano Suassuna na ABL

O evento do ciclo de debates Em Torno de Ariano Suassuna ocorreu na sede da ABL, no Rio de Janeiro, na terça-feira (13).

14/05/2025 10h51

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(Imagem de reprodução da internet).

Na terça-feira (13), a roda de conversa do ciclo Em Torno de Ariano Suassuna, na sede da Academia Brasileira de Letras, tornou-se um show do cantor e compositor Gilberto Gil, devido à sua condição de imortal da academia. O encontro Cantos/encantos nordestinos foi mediado pelo acadêmico Joaquim Falcão.

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Ariano era o Nordeste como vida, e Gil disse: “vamos cantar o Nordeste como vida”, e assim estamos cantando Ariano, que é mais do que intelectual, é mais do que um nordestino, disse Falcão na abertura do encontro, para depois apresentar uma lista só de ritmos nordestinos considerados patrimônio musical do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional [Iphan]. “Lá estavam baião, frevo, maracatu, samba de roda do Recôncavo Baiano, repente, entre outros que fazem parte da identidade diversa e autêntica da música brasileira.”

“Optei por uma série de canções que abrangem o escopo geral do trabalho de Ariano”, declarou Gil.

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A convite de Joaquim Falcão, Gil iniciou-se com a célebre canção de frevo “Evocação nº 1” e foi acompanhado pela plateia que compareceu ao auditório. Posteriormente, Gil apresentou uma série de músicas e nomes de instrumentos que se conectam ao universo musical nordestino para finalizar:

Através dos nordestinos e dos sulinos, dos baiões e das polcas, o forró se transforma em espaço de cultivo musical, criação coreográfica e ambiente de convívio para pequenas populações rurais e grandes agregados urbanos, com ricas trocas entre cultura e religião ocorrendo no amplo caldeirão étnico, político e religioso que se constitui neste hibrido sociocultural denominado Brasil, o que foi muito aplaudido.

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Falcão recordou que o ciclo Em Torno de Ariano Suassuna foi idealizado pela acadêmica Heloísa Teixeira, que faleceu em março deste ano, aos 85 anos. Trata-se da segunda roda de conversa da programação de maio em homenagem ao paraibano de múltiplos talentos: escritor, filósofo, intelectual, dramaturgo, professor, romancista, artista plástico, ensaísta, poeta, político e advogado brasileiro.

Ainda na lista de ritmos do patrimônio do Iphan, Falcão incluiu a ciranda do Nordeste, os repentes, as matrizes do Nordeste, o choro, e perguntou a Gil o que ele preferia cantar em seguida.

São gêneros, ainda que muitos de origem propriamente local e nordestina, que se tornaram brasileiros. Com o advento da rádio, desses meios de difusão que o século 20 forneceu ao Brasil, a música nordestina, através dos seus intérpretes mais entusiasmados, se espalhou pelo Brasil inteiro. Acredita-se natural e justo citar o nome de um deles, o mais renomado, o mais importante, que foi e é Luiz Gonzaga.

O contato com os acadêmicos integra as atividades do Curso de Formação de Escritores da Universidade das Quebradas, instituído em 2009 no Programa Avançado de Cultura Contemporânea da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), por meio da professora e acadêmica Heloísa Teixeira.

Um grupo de estudantes que frequentava aulas na ABL demonstrava entusiasmo, mas não era o único presente. A plateia incluía também alunos do convênio de língua estrangeira dos ministérios da Educação e das Relações Exteriores, em parceria com diversas instituições de ensino superior, especificamente a UFRJ. Os estudantes presentes foram selecionados em países da África e realizarão todo o curso de graduação no Brasil. Devido não serem falantes de língua portuguesa, eles têm a oportunidade de cursar o idioma um ano antes do ingresso na universidade.

O estudante Ange Frédérico Meyong Megne, de 19 anos, originário do Gabão, estava presente. Apesar de ainda não possuir o português totalmente desenvolvido, permitiu que a emoção predominasse na expressão do que sentiu ao participar do encontro.

Gostei muito de ter ouvido o cantor Gilberto Gil. As músicas são lindas. Acredito que a maioria das pessoas presentes também aprecia. Entendi tudo. Dancei bastante. Estou muito feliz, pois foi uma oportunidade única para todos. “É magnífico”, disse, emocionado, o estudante gabonês. “Não tenho muitas palavras para expressar o que sinto agora.”

Gilberto Gil afirma: “A morte faz parte da vida”.

Gilberto Gil é agraciado com o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Fonte: CNN Brasil

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