Gleisi critica atuação de Campos Neto no Banco Central: “Herança maldita”
A ministra declarou que o ex-presidente do Banco Central deixou uma “herança maldita” e incentivou a prática de “terrorismo fiscal”.

A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, criticou veementemente a gestão da política monetária pelo ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ela afirma que o atual presidente da instituição, Gabriel Galípolo, está lidando com as consequências de um legado problemático deixado pelo seu antecessor.
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O Copom administra uma herança, que eu diria maldita, do Banco Central, referente ao comportamento do ex-presidente do Banco Central e à indução do mercado a fazer avaliações de que a taxa de juros deveria subir para provocar um terrorismo fiscal, declarou durante uma entrevista à imprensa em São Paulo, nesta quinta-feira (8).
Hoffmann declarou discordar da taxa básica de juros, que considera excessiva. “É óbvio que eu não concordo com a taxa de juros tão alta. Não sou só eu, o Brasil inteiro não concorda, mas a autoridade monetária colocou essa taxa.”
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A ministra espera mudanças na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). “Espero que para a próxima reunião do Copom já tenhamos outra avaliação, até porque a realidade mudou muito, inclusive no cenário internacional. E o Brasil tem que ter muita cautela também em relação a isso.”
Febraban discute ações para reduzir o custo do crédito.
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Além das críticas ao Banco Central, Gleisi comentou a reunião com representantes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), na qual foram debatidas medidas para diminuir o custo do crédito à população. “Tivemos uma boa reunião sobre o custo do crédito, o custo do dinheiro na mão das pessoas. A Febraban participa e está participando, no âmbito do Conselho, de um grupo que trata sobre os spreads bancários e como reduzi-los. Hoje, a equipe nos apresentou o relatório final com uma série de medidas que são importantes, tanto por parte do governo, do Congresso, quanto das próprias instituições financeiras”, afirmou.
A ministra afirmou existir convergência de ideias com os bancos acerca de maneiras de diminuir o spread bancário, que compreende não apenas a taxa de juros, mas também a gestão de riscos. “O presidente Lula sempre diz que precisamos colocar dinheiro mais barato na mão do povo para que o país possa se desenvolver.”
Hoffmann também discutiu a expectativa de maior cooperação dos bancos privados com políticas públicas de crédito. Um dos temas abordados foi o crédito consignado para trabalhadores da iniciativa privada, previsto em medida provisória em tramitação no Congresso.
Desejamos tarifas mais reduzidas, e obtivemos dos presidentes dos bancos a promessa de que isso se concretizará em breve, devido à competição entre as instituições.
A ministra também mencionou a nova fase de portabilidade de crédito, que inicia-se em junho, e abordou a discussão sobre a aplicação de teto de juros no crédito consignado. “No consignado público, existe um teto. No privado, os bancos solicitaram que não fosse aplicado e comprometeram-se a competir entre si, oferecendo melhores condições. Alegaram que o teto, em alguns casos, estava inviabilizando o crédito para determinados setores.”
Para ela, o diácontínuo com o setor financeiro é essencial para o progresso de ações concretas.
Essa conversa é muito útil. A intenção é assegurar taxas de juros menores em uma operação com garantia substancial. Com a participação dos grandes bancos no crédito consignado privado e a competição entre eles, a expectativa é que as taxas diminuam.
Campos Neto declarou que não se pronunciaria sobre o tema.
Professor aponta problema estrutural na economia mundial.
Fonte: CNN Brasil