Governador argentino afirma que Câmara dos EUA persegue Cristina Kirchner

Axel Kicillof vinculou a condenação à influência dos Estados Unidos e a considerou intimidação à classe política argentina.

11/06/2025 17h33

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(Imagem de reprodução da internet).

O governador de Buenos Aires, Axel Kicillof (Partido Justicialista, esquerda), acusou a AmCham (Câmara de Comércio dos Estados Unidos na Argentina) de buscar a condenação da ex-presidente Cristina Kirchner (Unidade Cidadã, esquerda). A declaração ocorreu nesta quarta-feira (11.jun.2025), um dia após o julgamento da Corte Suprema de Justiça confirmar a sentença que condena Kirchner a seis anos de prisão e inabilitação permanente para ocupar cargos públicos.

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Kicillof declarou que a Câmara Americana no Argentina solicitou diretamente a condenação, afirmando que o veredicto representa uma forma de “intimidato” a classe política argentina.

Kicillof estabeleceu uma ligação entre a decisão judicial e os Estados Unidos, apontando a existência de “vínculos tremendamente significativos no terreno da política e da geopolítica” por trás da sentença. “Com toda impunidade tomaram a decisão de fazer uma condenação sem provas e de chegar a este extremo”, declarou.

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O Supremo Tribunal Federal anunciou sua decisão na terça-feira (10.jun), e confirmou a sentença contra a ex-presidente no caso que envolve acusações de direcionamento de obras públicas na província de Santa Cruz. Os ministros rejeitaram unânimamente o recurso apresentado pela defesa de Kirchner, mantendo a condenação relacionada a irregularidades em contratos de obras públicas.

O governador de Buenos Aires vinculou a condenação judicial com a proibição imposta pelo Departamento de Estado norte-americano à entrada de Cristina Kirchner nos Estados Unidos, anúncio feito em março deste ano. Na ocasião, o Secretário de Estado, Marco Rubio, que mantém boas relações com os libertários argentinos, emitiu um comunicado classificando Cristina e seus filhos como pessoas envolvidas em casos de corrupção.

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A decisão aparentava ser algo desconectado de outros aspectos, porém essa condenação não pode ser entendida isoladamente, sendo totalmente arbitrária e, obviamente, de grande repercussão global, afirmou Kicillof.

O governador também questionou o processo judicial ao afirmar que “[a condenação] tem um caráter de intimidação e disciplinamento da liderança política”.

Observa-se que condenam Cristina por algo absolutamente inexplicável do ponto de vista da responsabilidade, além do fato de que também não foram encontradas nem subexecuções nem desvios nas obras que foram analisadas. Nem sequer há algo para ser constatado, como em outros casos: afirmou.

O governador Kicillof declarou que há uma ruptura na “cadeia de responsabilidades”, pois outras autoridades que aprovaram as obras não foram implicadas. “Ela é condenada por algo que não existiu e que não está provado, com o qual ela não teve nada a ver, sem garantias de defesa. Tem todos os elementos para dizer que, se não gostam do que faz determinado funcionário ou liderança política, vão impor uma condenação, mesmo sem provas”, declarou.

Apesar das recentes divergências entre Kicillof e Cristina Kirchner pela liderança do peronismo, ambos se aproximaram nos últimos dias visando a unidade do movimento para as eleições legislativas. O governador, que tem aspirações presidenciais para 2027, suspendeu seus compromissos agendados para visitar as cidades de Ameghino e Carlos Tejedor devido à situação judicial da ex-presidente.

Apesar de ter sido absolvida da acusação de associação criminosa, Kirchner foi considerada culpada pelos demais crimes imputados. Após o anúncio da decisão judicial, a ex-presidente declarou que “a condenação já estava escrita” há 3 anos e que é vítima de perseguição política.

Fonte por: Poder 360

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