Governo afirma que valores descontados indevidamente pelo INSS serão restituídos

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) irá cancelar todos os acordos de cooperação técnica após operação da Polícia Federal (PF). Os pagamentos de maio serão suspensos, com retornos e restituições aos aposentados afetados.

A decisão foi confirmada em coletiva realizada no Palácio do Planalto nesta quinta-feira (24/4) pelo ministro da Controladoria-Geral da União, Vinicius Carvalho, e pela diretora de Orçamentos, Finanças e Logística do INSS, Débora Floriano.

Todos os acordos de cooperação técnica em vigor serão suspensos para uma reorganização do sistema, explicou Carvalho. “Essa suspensão viabilizará que os recursos que iriam para as associações neste mês de maio já não vão para as associações. Vão ser retidos e, na próxima folha de pagamento, serão restituídos aos aposentados”, disse o ministro.

Devido à atuação da Polícia Federal, o diretor-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, foi afastado e, em seguida, desligado da empresa nesta quarta-feira (23/4).

A operação denominada Sem Desconto provocou o afastamento de Stefanutto e mais quatro integrantes da alta cúpula da entidade.

Foram executados 211 mandados de busca e apreensão e seis de prisão contra suspeitos no Distrito Federal e em 13 estados. O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos, informou que a operação também resultou na apreensão de motocicletas e veículos de luxo utilizados pelos investigados.

Inicialmente, obtivemos o mapeamento necessário para iniciar a investigação. Assim, com um único alvo, foram apreendidos diversos carros, incluindo Ferrari e Rolls-Royce, avaliados em mais de R$ 15 milhões; mais de US$ 220 mil em outro caso; e US$ 150 mil em outro investigado. Isso, por si só, aponta a gravidade do que estamos falando e o tiro certeiro que demos nessa investigação, ressaltou Andrei.

A investigação do Metrópoles revelou um esquema de descontos irregulares em aposentadorias do INSS, com valores de até R$ 6,3 bilhões cobrados entre 2019 e 2024.

Compreenda o caso divulgado pelo Metrópoles.

Proteção aos beneficiários

Na manhã desta quarta-feira, em coletiva de imprensa, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, declarou que o presidente Lula expressou “preocupação” com a operação que visava a liderança do INSS.

O presidente manifestou grande preocupação e interesse em relação a todos os fatos. Solicitou informações, afirmou o ministro. O responsável pela pasta também destacou que a atuação da Polícia Federal visava proteger os beneficiários do INSS.

É uma trapaça com os aposentados. Indivíduos que se encontram em uma fase da vida avançada e, estão naturalmente fragilizados e foram vítimas fáceis desses criminosos que se apropriaram das pensões e aposentadorias, ressaltou.

Fonte: Metrópoles