Intervenção dos EUA na Venezuela “Pode Incendiar a América do Sul”, Alerta Celso Amorim
O assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Celso Amorim, expressou preocupação com a possibilidade de uma intervenção dos Estados Unidos para depor o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, alertando que isso “pode incendiar a América do Sul”.
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A declaração foi feita em entrevista à AFP, em um contexto de tensões entre os governos brasileiro e americano, motivadas principalmente pelo julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e as tarifas impostas pelos EUA.
Preocupações com Ataques e Intervenção Externa
Amorim manifestou sua preocupação com os ataques americanos a embarcações de supostos traficantes de drogas no Caribe, perto do litoral venezuelano, classificando-os como uma “ameaça de intervenção externa”. Ele ressaltou que há “pessoas morrendo já” e que não há “nenhuma prova” de que os indivíduos envolvidos sejam narcotraficantes. “Não queremos uma convulsão na nossa região”, afirmou, enfatizando que as consequências de uma intervenção externa poderiam ser “muito profundas e graves” na região, “incendiar a América do Sul” e criar “radicalização da política em todo o continente”.
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Posição do Brasil Contra Intervenção
O assessor especial enfatizou que o Brasil é “contra uma intervenção externa” e que o problema de quem vai governar a Venezuela é “dos venezuelanos”. “Não é fácil (…) exige muita ajuda, talvez, para criar pontes, mas uma intervenção externa, seja armada seja através de serviços de inteligência, não é o caminho”, declarou. Amorim ressaltou que “não vão ficar limitadas até os países onde isso acontecer” e que a situação é “perigosa”.
Diálogo e Busca por Pontos de Encontro
Em resposta a perguntas sobre a aproximação entre Brasil e Estados Unidos após meses de tensões, Amorim atribuiu a situação ao “bom senso, de parte a parte”. Ele afirmou que o presidente Lula “não vai ficar dando lições ao presidente Trump e espero que também ao contrário não ocorra”, mas que é necessário “ter um diálogo para buscar os pontos de encontro”. “É continuar uma conversa positiva e, sobretudo, o bom entendimento na parte econômica, comercial”, completou.
Negociações Comerciais e Minerais Críticos
Sobre as negociações comerciais, Amorim mencionou a criação de uma força tarefa para discutir as questões comerciais, sem precondições. Ele ressaltou que o importante é “ter começado um diálogo”, e que “todos os setores que foram afetados vão ser negociados”. Em relação aos minerais críticos, incluindo as terras raras, o assessor afirmou que “Nós conversaremos sobre qualquer assunto” e que o Brasil está “aberto a investimentos, desde que também haja beneficiamento para o Brasil”.
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