Governos federal, estadual e da Prefeitura de São Paulo uniram esforços para buscar a caducidade do contrato da Enel, concessionária responsável pela distribuição de energia em 24 municípios paulistas. A decisão, tomada em reunião no Palácio dos Bandeirantes, nesta terça-feira, 16, visa solucionar os problemas crônicos de abastecimento e qualidade de serviço apresentados pela empresa.

O encontro contou com a participação do governador Tarcísio de Freitas, do Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e do prefeito Ricardo Nunes. A principal preocupação é a incapacidade da Enel em garantir um fornecimento contínuo e de qualidade, evidenciada por falhas recorrentes e longos períodos de interrupção no fornecimento de energia.

O governador Tarcísio de Freitas ressaltou que a situação se agravou a ponto de não existir outra alternativa além da caducidade do contrato. Ele mencionou o apagão de 9 de dezembro de 2025, que afetou cerca de 2,2 milhões de consumidores, com restabelecimentos que, em alguns casos, levaram mais de cinco dias.

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A empresa também se destacou por ter liderado o ranking de reclamações na Ouvidoria da Aneel entre as concessionárias paulistas nos anos de 2024 e 2025, acumulando mais de R$ 400 milhões em multas.

Dados apresentados indicam que a Enel reduziu significativamente seu quadro de funcionários nos últimos cinco anos, conforme apontam relatórios do Tribunal de Contas do Município de São Paulo e da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp).

Além disso, sete dos 11 planos de resultados firmados com a Aneel foram reprovados, o que reforça o histórico de desempenho insatisfatório da concessionária.

O prefeito Ricardo Nunes avaliou a reunião como positiva, destacando a falta de estrutura e compromisso da Enel, especialmente em momentos de eventos climáticos extremos. O objetivo do pedido é proteger os moradores da capital e da região metropolitana, que enfrentam longos períodos sem energia elétrica e prejuízos em seu dia a dia.

O ministro Alexandre Silveira reforçou a união entre os entes federativos e defendeu a rapidez na análise do caso, buscando a caducidade do contrato como solução definitiva para os problemas enfrentados pela população de São Paulo.