Governo do Distrito Federal inicia desassentamento e realiza demolições no Setor de Inflamáveis

Prefeituras realizam, no Setor de Chácaras Lucio Costa, a remoção de famílias de áreas públicas próximas a áreas de produtos perigosos.

05/05/2025 14h39

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(Imagem de reprodução da internet).

Cerca de 46 famílias que residem há mais de 30 anos no Setor de Chácaras Lucio Costa (SCLC), localizado no Setor de Inflamares, a aproximadamente 3 km da Estrada Parque Taguatinga (EPTG), correm risco de perder suas moradias a qualquer momento, em decorrência de uma ação de desobstrução na região, que ocorreu na segunda-feira (5/5). A alegação das autoridades é que o local é um terreno público ocupado de forma irregular.

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Equipes da segurança pública e da Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística do Distrito Federal (DF Legal) compareceram ao SCLC, prontas para iniciar desocupações na área. Contudo, moradores da região informados à reportagem relatam ter recebido notificações recentes sobre a possível remoção e não terem se inscrito em programas habitacionais pelo governo local.

Consulte as imagens do local.

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A população ergueu barricadas e acendeu fogo nelas, buscando impedir a entrada das forças policiais na área. O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) interveio para evitar que as chamas se propagassem pelo Setor de Inflamáveis.

Na área, onde residem aproximadamente 180 crianças, vivem famílias de catadores de materiais recicláveis, sobretudo. Contudo, devido à falta de regularização da ocupação no Setor de Chácaras Lucio Costa, a comunidade buscou uma solução judicial.

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A Subsecretaria de Proteção e Defesa Civil do Distrito Federal alertou sobre a proximidade da área a uma zona de produtos inflamáveis, podendo provocar uma tragédia. Em setembro de 2024, o órgão realizou um levantamento no local e emitiu 40 termos de Notificação e Orientação aos ocupantes, solicitando a saída da região devido ao risco de desastres com produtos perigosos.

Em março último, a DF Legal distribuiu 33 intimações para demolição de estruturas precárias presentes no SCLC. Moradora da região desde 2008 anos, a catadora de recicláveis Jaqueline Soares, 30, afirma que as informações têm sido conflitantes. “Estamos aguardando posicionamento. Eles [os órgãos públicos] sempre vêm com a justificativa de que vão levar nos para um abrigo. Mas isso não acontece”, ressalta.

Naquela manhã, com a chegada das forças de segurança, os moradores ergueram barricadas, buscando evitar a desocupação. Raniely da Silva, catadora de reciclagem de 22 anos, declarou que os ocupantes receberam apenas um aviso sobre a remoção.

Foram fornecidos um documento para assinatura, informando que se tratava de um benefício do governo. Em janeiro, receberam notificação, com 10 dias para deixar o local. O acordo era que deixassem o local somente com a sua moradia. Expressam tristeza. “Nós não somos animais”, conclui.

Fonte: Metrópoles

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