São Paulo apresenta redução de 16,6% em roubos de celulares entre 2022 e 2023. Busca-se ampliar a recuperação de aparelhos roubados e furtados e enfraquecer o mercado ilegal de celulares, geralmente controlado por organizações criminosas.
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024 indica que os roubos e furtos de celulares atuam como ponto de acesso do crime organizado ao mundo virtual, contribuindo para o aumento da sensação de medo e insegurança da população. Para ampliar a recuperação de aparelhos e reduzir o mercado ilegal, o Governo Federal implementou uma nova fase do Programa Celular Seguro, que envia mensagens automáticas via WhatsApp para celulares cadastrados como roubados, furtados ou perdidos, com troca de chip posterior.
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A meta é desmantelar as estruturas que se beneficiam do roubo, furto e comércio de celulares, sem responsabilizar o consumidor honesto. A atuação visa, sobretudo, redes de receptação e revenda que utilizam o comércio informal para movimentar aparelhos roubados. “O foco está em quem lucra com o crime, e não no cidadão comum que adquiriu sem conhecimento”, afirmou o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Manoel Carlos de Almeida Neto.
De acordo com o Anuário, em 2023, o número de furtos de celulares no Brasil diminuiu 10,1% em relação a 2022. Foram contabilizados 442,9 mil furtos, em comparação com 492,9 mil em 2022. A redução foi observada em 21 das 27 unidades da federação. Em relação aos roubos, houve estabilidade, com 490 mil ocorrências em 2022 e 494 mil em 2023. Contudo, 12 estados apresentaram queda nos registros.
São Paulo é uma das unidades da federação onde se observou redução significativa no número de roubos. No estado, esse tipo de ocorrência teve queda de 16,6%, com 372,1 casos a cada 100 mil habitantes registrados em 2022 contra 310,5 em 2023. O número de furtos também teve redução de 8%, com 387 registros a cada 100 mil habitantes em 2022 e 356,1 em 2023.
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Como funciona o novo sistema de alertas:
Ao inserir um chip novo em um celular registrado como roubado, furtado ou perdido, o aparelho recebe mensagens de alerta via WhatsApp dos números cadastrados no MJSP: (61) 2025-3000 ou (61) 2025-3003.
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Aquele que possuir o celular deverá:
Verifique a situação antes de comprar.
Para adquirir um celular usado, é imprescindível verificar o histórico do aparelho. A análise pode ser realizada de maneira rápida e sem custo.
Digite o número IMEI (obtido com *#06# no teclado do celular) e confira se há alguma restrição. Isso impede que o comprador se envolva, inadvertidamente, em atividades criminosas.
Dicas adicionais para o cidadão
As cidades – O Anuário apresenta o ranking das 50 cidades brasileiras com as maiores taxas de roubo e furto de celular. A lista inclui municípios de 22 Unidades da Federação com população igual ou superior a 100 mil habitantes.
São Paulo ocupa a 3ª posição, com 1.781 casos a cada 100 mil habitantes. Outras cidades também figuram na lista, como Itapecerica da Serra, em 13ª posição, com 1.231 casos; Diadema, em 14ª posição, com 1.208 casos; e Poá, em 18ª posição, com 1.102 casos a cada 100 mil habitantes.
O Amazonas ocupa a primeira posição no ranking nacional de roubos e furtos de celulares, considerando a proporção em relação à população, com 1.075 ocorrências por 100 mil habitantes em 2023, ano em que o estado teve 42.408 furtos e roubos de aparelhos. Manaus, capital do estado, apresentou a maior taxa entre os municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes: 2.096,3 ocorrências por 100 mil. Seguiram-se Teresina (1.866), São Paulo (1.781), Salvador (1.716) e Lauro de Freitas – BA (1.695).
O Anuário aponta que o aumento de roubos e furtos de celulares é um problema global. Nos Estados Unidos, em 2023, 60% dos roubos em São Francisco incluíram um celular e 75% dos roubos de rua em Oakland envolveram smartphones. A Europa também registra o mesmo fenômeno, com um crescimento de 20% nos roubos e furtos de celular no Reino Unido, totalizando 52 mil aparelhos subtraídos em Londres. Uma pesquisa do Financial Times revelou que, desde 2022, o volume de roubos e furtos de celulares no Reino Unido já superou o de roubos de cartões de crédito e dinheiro.
O Relatório da Interpol sobre redes transnacionais de roubo e receptação de celulares na América Latina indicou que, em 2014, o faturamento atingia US$ 500 mil diários, envolvendo países como Brasil, Colômbia, Peru, Venezuela, Chile, Equador e México. Os aparelhos celulares são utilizados em fraudes bancárias e golpes, e a maior parte é destinada a países da África, incluindo Angola, Guiné-Bissau, Senegal e Nigéria, devido ao fato do bloqueio das operadoras brasileiras não ter efeito nesses locais, permitindo a revenda e reutilização dos dispositivos.
Fonte: Jornal Cidade