Governo inicia demissões após derrota na MP das apostas; Gleisi propõe ‘reorganização da base’

Indicações de PP, PL, PSD e MDB foram retiradas da Caixa, Agricultura e DNIT.

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(Imagem de reprodução da internet).

Demissões no Governo: Reorganização da Base Aliada

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que as demissões dos indicados por deputados que se opuseram ao Palácio do Planalto, ao votarem contra a Medida Provisória que aumentava a tributação de sites de apostas e letras de crédito, visam “reorganizar a base” de partidos que compõem o governo.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esperava uma vitória na Câmara para aumentar a arrecadação e melhorar as contas públicas, mas foi derrotado por uma manobra de partidos do Centrão e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

Discussões sobre Demissões

Gleisi mencionou que o tema das demissões será abordado em reuniões com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e líderes partidários ao longo da semana.

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“Não se trata de retaliação, mas de uma reorganização da base. É um direito e um dever do governo fazer isso. Aqueles que são leais devem ser valorizados, enquanto os que não são, não têm razão para ocupar cargos”, declarou a ministra ao GLOBO.

Negociações e Votações Importantes

A ministra também ressaltou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, trabalhou intensamente com o Congresso para negociar os termos da MP alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que foi rejeitada pela Câmara.

“Essa votação foi crucial. Era uma questão de interesse do país e do governo. Não havia justificativa para quem se diz da base votar contra, especialmente após todos os esforços de negociação feitos por Haddad”, afirmou Gleisi.

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Exonerações em Diversos Ministérios

O Planalto planeja revisar os cargos indicados por qualquer um dos 251 deputados que votaram contra a medida provisória. Governistas identificaram a influência do presidente do PP, Ciro Nogueira (PP-PI), e do PSD, Gilberto Kassab, na articulação que resultou na perda de validade da MP, além do governador Tarcísio de Freitas.

As demissões já começaram, afetando nomes ligados ao PP e PL na Caixa Econômica Federal, ao PSD no Ministério da Agricultura e ao MDB no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

Alterações na Caixa Econômica Federal

José Trabulo Júnior, que já foi indicado por Nogueira para outros cargos no governo anterior, foi desligado do cargo de consultor da presidência da Caixa. A vice-presidência de Sustentabilidade e Cidadania Digital, antes sob a liderança de Rodrigo Lemos, agora será comandada interinamente por Jean Rodrigues Benevides.

Impactos no Ministério da Agricultura

A presidência da Caixa e as vice-presidências foram indicadas por um grupo liderado pelo ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em troca de apoio na Casa. A escolha de Lemos era atribuída ao PL, que, apesar de ser o partido de Bolsonaro, costumava apoiar projetos da equipe econômica.

Além disso, indicações de deputados federais foram removidas de quatro superintendências estaduais do Ministério da Agricultura. Após os deputados do PSD do Paraná e do Maranhão votarem contra a MP, as superintendências nesses estados foram alteradas. Também ocorreram demissões nas unidades do Pará e de Minas Gerais, onde as bancadas do PSD se dividiram em relação ao apoio ao governo.

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