Silêncio do governo sobre Prêmio Nobel da Paz a María Corina Machado
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva não se manifestou oficialmente sobre a concessão do Prêmio Nobel da Paz à líder da oposição venezuelana, María Corina Machado. Ela vive na clandestinidade, sob ameaças do ditador Nicolás Maduro, antigo aliado político do presidente brasileiro. Apesar de participar de eventos públicos, Lula não comentou o assunto. A Presidência e o Itamaraty não informaram se farão um pronunciamento oficial.
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Em anos anteriores, o governo brasileiro se posicionou publicamente sobre premiados, como Juan Manuel Santos (2016) e o ICAN (2017), mas não segue uma prática consistente. O assessor especial da Presidência, Celso Amorim, criticou a premiação, alegando que teve um viés político e questionando suas consequências. “Não questiono o prêmio Nobel em relação às qualidades pessoais e morais dela. Para o Brasil, interessa o impacto que isso possa ter na pacificação e reconciliação na Venezuela”, afirmou Amorim, ressaltando preocupações sobre uma possível intervenção militar no país vizinho.
Reservas internas sobre manifestação oficial
Nos bastidores, membros do governo, incluindo diplomatas, expressam reservas quanto a uma manifestação oficial. Um diplomata observou que um gesto em favor de María Corina poderia irritar Maduro e causar ruídos diplomáticos, mesmo com canais de diálogo mantidos desde 2023. Outro diplomata lembrou que a líder venezuelana “tem sido entusiasta de ações norte-americanas no Caribe, o que não contribui para a estabilidade da região”.
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Reações polarizadas no cenário político interno
No âmbito político interno, as reações foram polarizadas. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), celebrou a escolha nas redes sociais, afirmando que a premiação “deslegitima o regime ditatorial de Maduro” e envia uma mensagem a quem “defende esse regime execrável”.