Governo Trump pretende finalizar programa mundial de combate ao HIV, segundo o “NYT”
Jornais relataram que o programa deixaria de oferecer medicamentos e assistência em nações com baixa renda.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos prepara um plano para extinguir gradualmente o Pepfar (Plano de Emergência do Presidente para o Alívio da Aids), conforme revelam documentos divulgados pelo New York Times.
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A proposta visa converter a atuação do PEPFAR, que deixaria de oferecer diretamente medicamentos e serviços para tratamento e prevenção do HIV em países de baixa renda.
De acordo com o The New York Times, a iniciativa funcionaria por meio de parcerias bilaterais, com foco na identificação de surtos que representem risco para os Estados Unidos e na promoção do acesso de produtos e tecnologias americanas a novos mercados.
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O governo apresentará o plano aos países beneficiários em outubro e ao Congresso em dezembro deste ano.
O orçamento atual do Pfpâr é de US$ 4,7 bilhões, porém o plano prevê uma redução de 42% nesse valor. O secretário de Estado Marco Rubio defende essa diminuição, acusando o programa de “fraude e desperdício”.
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CONTEXTO
A alteração ocorre em um cenário de desacordo entre o suporte bipartisan que o Pepfar recebe no Congresso e a pressão do governo do presidente, Donald Trump (Partido Republicano), por cortes em auxílios externos.
Na quinta-feira (17 de julho de 2025), o Congresso norte-americano restabeleceu os US$ 400 milhões no financiamento da iniciativa criada durante o governo de George W. Bush.
O governo avalia tais programas como um emprego indevido de recursos, ao mesmo tempo em que parlamentares republicanos e democratas manifestam apoio à sua manutenção.
A criação do plano de desativação iniciou-se nos primeiros meses do retorno de Trump à Casa Branca, quando ficou paralisado com a formação do Doge (Departamento de Eficiência Governamental).
No período, o governo cancelou contratos, interrompeu acordos de financiamento e desmantelou estruturas administrativas.
IMPACTO
De acordo com o The New York Times, a proposta de desativação impactará sobretudo países da África e outras regiões com alta incidência de HIV.
Botsuana, Namíbia, África do Sul e Vietnã teriam o desligamento em um período de 2 anos.
Países com altas taxas de HIV, como Quênia, Zâmbia, Lesoto, Zimbábue e Angola, precisariam de 3 a 4 anos para implementar o programa.
Os arquivos identificam os desafios dessa transição. Afirmam que “nenhum programa de saúde global na história passou por uma transição dessa escala”, sobretudo considerando uma doença sem cura ou vacina disponível.
Apesar das restrições, o plano contempla investimentos em novas tecnologias, incluindo a injeção preventiva do HIV lenacapavir, que apresentou 100% de eficácia em um amplo estudo clínico.
A aquisição de doses do medicamento para duas milhões de pessoas é realizada através do Pepfar. Existem acordos para comercializá-lo por US$ 40 por paciente por ano até 2028, com distribuição inicial em até 12 países prioritários.
Fonte por: Poder 360