Haddad considera o aumento das tarifas como uma “agressão”, porém, solicita otimismo
O ministro da Fazenda, Haddad, afirmou que o governo oferecerá suporte a segmentos considerados “vulneráveis” diante de uma taxa de 50% sobre as importa…

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou como uma “ameaça” a política tarifária dos Estados Unidos de Donald Trump (republicano). Contudo, o chefe da equipe econômica minimizou parte do impacto da taxa de 50% sobre o Brasil e solicitou que houvesse “otimismo” em relação ao assunto.
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A declaração do ministro ocorre um dia antes da aplicação da alíquota às importações brasileiras. Ele reiterou que as ações de apoio aos setores impactados serão divulgadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O presidente dispõe dos instrumentos necessários, que serão utilizados para socorrer essas famílias prejudicadas por uma agressão que já foi chamada de injusta, de indevida, declarou Haddad na 5ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, conhecido como Conselho.
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Ele mencionou o regime de exceções ao tarifário como uma notícia que alivia os efeitos da ação americana. São cerca de 700 produtos que permanecerão isentos da taxa de Trump. Eles representam 43% das exportações aos Estados Unidos em 2024.
Haddad afirmou que os itens remanescentes são produzidos por “setores muito vulneráveis, que geram muitos empregos”. Em seguida, declarou que seria necessário ter “otimismo” em relação à condução das negociações.
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É preciso encarar a situação com otimismo, principalmente porque, sem ele, não aconselho a ninguém assumir o Ministério da Fazenda do Brasil. É fundamental ser muito otimista e atender um presidente dedicado a este país.
Bolsonaro busca alinhamento com o bloco de países emergentes, buscando fortalecer a posição do Brasil no cenário internacional e ampliar o acesso a novos mercados.
A aplicação da tarifa de Trump ao Brasil ocorreu em razão do julgamento contra Jair Bolsonaro (PL) no STF (Supremo Tribunal Federal) por tentativa de golpe de Estado. O americano já solicitou que a ação parasse “imediatamente”.
O ex-presidente do Brasil permanece em regime de prisão domiciliar, determinado pelo ministro do Supremo Alexandre de Moraes, o que pode intensificar a relação entre os governos Lula e Trump.
Haddad reiterou que o tarifário teve origem em uma “desinformação”, em referência ao julgamento de Bolsonaro.
Desejamos mais colaboração. Não devemos considerar que um governo, por meio de informações incorretas, está adotando atitudes hostis em relação ao Brasil.
Apesar das alegações políticas, os Estados Unidos também apresentaram razões econômicas para a taxa de 50%.
A partir de março, o país alega que o Brasil implementa medidas protecionistas, incluindo obstáculos burocráticos e tarifas elevadas sobre produtos importados dos Estados Unidos, com base em dados comerciais bilaterais oficiais.
Trump também se queixou da proximidade do Brasil no BRICS, bloco que reúne países emergentes. O norte-americano havia ameaçado sobretaxar qualquer nação alinhada politicamente a esse grupo.
Haddad procurou demonstrar que o governo Lula almeja se adequar a diversos mercados. Citou nações da Ásia e a União Europeia como ilustração.
Não estamos focando apenas na Ásia nem no BRICS. Porque o Brasil não cabe no quintal de ninguém, é grande demais para ser colônia satélite de quem quer que seja.
Fonte por: Poder 360