O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), declarou nesta segunda-feira (28/4) que o tarifário comercial implementado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos importados da China e de mais de uma centena de países, deve ser abordado com “prudência” pelo governo brasileiro, considerando o cenário de turbulência e incerteza.
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O líder da equipe econômica compareceu a um seminário organizado por um banco na capital paulista. Ele respondeu a perguntas do ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, que exerceu a função em 2015, durante o primeiro ano do segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
O vice-presidente Geraldo Alckmin [que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços] lidera essa equipe, obtendo informações de todos os ministérios envolvidos. Ainda há grande incerteza sobre o desfecho dessa situação. “Você teve muitas idas e vindas até aqui em um período de semanas”, afirmou Haddad.
Precisamos aguardar um tempo e ter cautela. As autoridades de outros países consideram o Brasil como parceiro e demonstram interesse em aproximar-se do nosso país, afirmou o ministro.
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Haddad declarou que “o mundo inteiro está mexendo, mas com a cautela devida para saber até onde isso vai, onde isso vai parar”. Afirmou que “Tem muita incerteza. Quando a incerteza é tamanha, você precisa ter alguma prudência, embora as conversas estejam acontecendo a todo vapor”.
Os investidores concentram-se no cenário externo, diante da incerteza em relação à guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo.
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Desde a semana passada, Donald Trump sinalizou a viabilidade de reduzir as tarifas aplicadas sobre produtos importados da China.
O governo chinês negou publicamente qualquer negociação com a Casa Branca e exigiu que os Estados Unidos pudessem encerrar a política tarifária contra mais de uma centena de países.
Oportunidade para o Brasil
O ministro da Fazenda afirmou que a guerra comercial iniciada por Trump “constitui uma oportunidade para o Brasil defender sua diplomacia comercial e alcançar benefícios significativos em acordos bilaterais”.
Haddad afirmou que o Brasil, em qualquer cenário, seja ele mais ou menos favorável sob uma perspectiva externa, irá se desenvolver de forma sustentável se o programa for cumprido.
Para o líder da equipe econômica, a política externa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem se mostrado correta.
O Brasil é uma economia grande demais para ser satélite de outra. O não alinhamento significa manter os canais de comércio abertos com os três grandes blocos econômicos, o que me parece uma atitude muito saudável do presidente Lula. O Brasil mantém canais de comunicação para acordos com a China, a União Europeia e os EUA.
Fonte: Metrópoles