Hamas planeja liberar refém americano e israelense após negociações com os Estados Unidos

Edan Alexander foi sequestrado durante os ataques de 7 de outubro de 2023.

12/05/2025 9h01

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(Imagem de reprodução da internet).

O braço armado do Hamas anunciou a libertação do refém americano-israelense Edan Alexander, de 21 anos, nesta segunda-feira 12, após o movimento palestino relatar negociações diretas com os Estados Unidos em Doha.

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O anúncio ocorreu na véspera do início de uma viagem do presidente americano Donald Trump pelo Oriente Médio. Entre terça e sexta-feira, ele visitará Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Catar, este último um dos países mediadores das negociações entre Israel e Hamas na guerra de Gaza.

As Brigadas (Ezedin) Al Qasam decidiram liberar o soldado israelense com nacionalidade americana Edan Alexander nesta segunda-feira, informou o porta-voz do braço armado do Hamas, Abu Obeida, em comunicado no Telegram.

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Os mediadores no conflito comunicaram ao Hamas que Israel implementaria uma suspensão temporária dos ataques na Faixa de Gaza, visando a libertação dos reféns, segundo uma fonte do movimento palestino.

O Hamas foi notificado de que, às 9h30 (3h30 de Brasília), Israel iniciaria a suspensão de voos de reconhecimento, drones e aeronaves de combate, além das operações militares, para estabelecer um corredor seguro para a transferência e entrega de Edan, informou a AFP.

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Antes dos anúncios, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou nesta segunda-feira que a libertação dos reféns não levaria a um cessar-fogo na Faixa de Gaza, nem à libertação de prisioneiros palestinos.

Ele declarou ter se comprometido a criar apenas um caminho de saída seguro para a libertação de Edan.

Netanyahu reiterou que as negociações para uma possível acordocom que resulte na libertação de todos os reféns em Gaza acontecerão “sob fogo” e que Israel prepara “uma intensificação dos combates”.

As forças israelenses declararam que estão preparadas para receber o jovem israelense-americano, mantido como refém na Faixa de Gaza desde outubro de 2023.

O Exército está se preparando para o retorno do refém Edan Alexander, que será transferido por uma unidade especial para a instalação de recepção inicial em Reute, perto da fronteira de Gaza no sul de Israel, afirmou uma fonte de alto escalão no início da tarde.

Negociações diretas

Edan Alexander, o único refém americano vivo ainda detido em Gaza, foi sequestrado enquanto trabalhava em uma unidade de elite no sul de Israel, durante o ataque de 7 de outubro de 2023 realizado pelo Hamas.

O ataque provocou o início da guerra em Gaza, onde Israel, que assegurou a destruição do movimento islamista palestino, conduziu uma ofensiva destrutiva em retaliação, resultando em dezenas de milhares de mortes e um grave desastre humanitário.

Após dois meses de impasse, Israel retomou sua ofensiva em Gaza em 18 de março, ocupando diversas áreas do território palestino.

O Hamas anunciou, em comunicado publicado no domingo, que está disposto a iniciar imediatamente negociações intensas para alcançar um acordo definitivo sobre o cessar-fogo, a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos, a gestão de Gaza por um organismo independente e a reconstrução, além do fim do bloqueio.

O Hamas assegurou ter mantido contatos com o governo americano, após que dois líderes do grupo mencionaram “conversas diretas” com os Estados Unidos.

Os Estados Unidos comunicaram a Israel a intenção do Hamas de libertar o refém israelense-americano, sem impor condições, segundo o gabinete de Netanyahu.

Em março, o governo dos Estados Unidos, que classifica o Hamas como organização terrorista, anunciou os primeiros contatos diretos com o movimento palestino, conduzidos pelo enviado especial americano para os reféns, Adam Boehler, após avaliação com Israel.

Trump, que visitará a região de 13 a 16 de maio, agradeceu no domingo, em sua rede Truth Social, aos que tornaram possível a “notícia monumental” da libertação de Alexander, que ele chamou de “gesto de boa-fé”.

Esperamos que este seja o primeiro dos passos finais necessários para encerrar este conflito brutal.

Fonte: Carta Capital

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