Happy hour com preços elevados? Impactos do aumento de tarifas podem se estender aos estabelecimentos de bares

Setor demonstra preocupação com a inflação causada por aumentos de preços de 50% que podem elevar os custos de insumos e reduzir o poder de compra dos c…

23/07/2025 5h29

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(Imagem de reprodução da internet).

O anúncio das novas tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros gerou preocupação em diversos setores da economia, e o segmento de bares e restaurantes não ficou imune.

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Segundo informações da Receita Federal, o Brasil possui mais de 1,7 milhão de estabelecimentos de alimentação “fora do lar”, sendo São Paulo responsável por 9% desse total.

As tarifas entrarão em vigor a partir de 1º de agosto e, para os profissionais do setor, a ação deve impactar o happy hour brasileiro, ainda que não de forma imediata, principalmente nos custos de matéria-prima.

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Humberto Munhoz, sócio do Grupo 3T Brasil, responsável por marcas como O Pasquim Bar e Coffee & Beyond, afirma que entre 20% e 30% de toda a receita do setor são reinvestidos em insumos, sem considerar os custos operacionais adicionais.

“Considerando que o faturamento não está sendo expressivo, e que se trabalha para atingir resultados semelhantes aos do ano anterior, qualquer notícia que possa elevar a inflação é bastante negativa”, afirmou.

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Diante do cenário em que analistas observam o crescimento do dólar devido à instabilidade global e à queda nas exportações brasileiras, produtos como carne, café, laticínios e bebidas podem experimentar aumentos de preços.

Assim, o setor enfrenta pressão em uma temporada já marcada por promoções, como “double drinks” e menus com preços mais acessíveis, estratégia para superar a demanda ainda fragilizada.

Munhoz aponta que essa situação reduz a margem para aumento no final.

“O aumento nos preços do happy hour deveria ser implementado, porém o setor pondera cuidadosamente antes de tomar qualquer decisão, devido à complexidade da elasticidade preço-demanda”, afirma.

Ele afirma que bares e restaurantes acompanham semanalmente os potenciais aumentos e, quando viável, fazem compras antecipadas para controlar os preços, ainda que os estoques sejam limitados, variando de sete a dez dias.

Recebemos a notícia, conversamos com o fornecedor, negociamos um pouco, e tentamos, em alguns casos, diluir essa “prejuízo” para não repassar ao consumidor de imediato.

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) também apontou para um tempo maior na chegada de possíveis aumentos ao consumidor final, indicando que mais produtos, como laranjas, que antes eram destinados ao mercado interno dos Estados Unidos, estarão disponíveis no mercado doméstico.

Entretanto, as perspectivas de preços elevados a médio e longo prazo suscitam preocupações. A associação agrava a situação de outras entidades e empresários na busca por uma solução diplomática, que assegure empregos e investimento em um setor que ainda se recupera dos impactos da pandemia.

Enquanto isso, os bares e restaurantes permanecem atentos. “No final, é um equilíbrio difícil: o setor precisa faturar, mas o consumidor não suporta mais pagar mais caro. Estamos tentando manter para não perder o cliente”, resume Humberto Munhoz.

IOF e tarifação representam uma “carga dupla” para o câmbio, afirmam especialistas.

Fonte por: CNN Brasil

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