Homem brasileiro teve papel de líder religioso e ficou preso em regime de prisões no Ceará; veja detalhes do caso

Dom Aloísio Lorscheider obteve a maioria dos votos no concílio de 1978.

09/05/2025 10h53

2 min de leitura

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(Imagem de reprodução da internet).

O cardeal Aloísio Lorscheider, brasileiro que quase se tornou papa, passou por um incidente grave em 1994, sendo sequestrado durante uma revolta em uma prisão no Ceará.

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O líder religioso, reconhecido por sua atuação em defesa dos direitos humanos e por sua posição a favor da democratização do Brasil e contra as torturas cometidas durante a Ditadura Militar, foi mencionado no filme “O Poderoso Chefão: Parte 3”.

Quase 50 anos antes, no conclave de 1978, Dom Aloísio liderou a disputa e obteve a maioria dos votos para ser eleito papa, porém recusou o cargo devido a questões de saúde, o que possibilitou a eleição de João Paulo II, que permaneceu no cargo até 2005.

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Em 15 de março de 1994, o arcebispo de Fortaleza, dom Aloísio Lorscheider, visitou o Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS), situado em Aquiraz, Região Metropolitana de Fortaleza, que foi desativado em 2013. A visitação da Pastoral Carcerária, baseada na passagem bíblica “Estive preso e fostes me visitar” (Mt 25,36), era uma prática habitual.

A visita específica, que contou com o próprio cardeal para avaliar as condições da unidade, reuniu também políticos e jornalistas, além de um cardeal, dois bispos auxiliares e um vigo episcopal, em razão de denúncias de maus-tratos, precárias condições de higiene e ausência de assistência médica. Os detentos, por sua vez, expressavam insatisfação com as instalações e a superlotação.

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Manutenção de refém.

Após percorrer as celas, o grupo seguiu para o auditório. Pouco depois das 10h, uma movimentação estranha chamou a atenção dos presentes. O detento Carlos de Souza Barbosa, conhecido como Carioca, imobilizou Dom Alóísio com uma faca no pescoço, dando início a uma negociação entre os detentos e as forças de segurança do Estado.

Trinta e três pessoas foram sequestradas. Houve confronto com policiais, que causaram a morte de dois presos e um militar ferido. Após 13 horas de negociações, na madrugada, os detentos conseguiram libertar os reféns em um veículo de escolta.

A viagem contabilizou 12 horas de deslocamento. Certos reféns foram libertados durante o percurso, porém Dom Aloísio foi o último a ser solto, após passar 20 horas sob custódia dos criminosos.

Transferência para São Paulo

Após o sequestro, o padre Aloísio Lorscheider, com problemas cardíacos, pediu ao papa João Paulo II sua transferência para uma diocese menor. Ele foi transferido de Fortaleza para a Arquidiocese de Aparecida no ano seguinte ao sequestro, em agosto de 1995.

Ele renunciou em 2000 e faleceu em dezembro de 2007, aos 83 anos, em Porto Alegre, devido à falência múltipla de órgãos.

O apenado cearense foi libertado do sistema carcerário estadual no final de 2018, após completar o período máximo de 30 anos de reclusão, de acordo com a legislação penal brasileira, mesmo que suas condenações por roubos, assassinatos e sequestros em comarcas do Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro totalizem mais de 100 anos de pena.

Fonte: CNN Brasil

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