Homem é condenado a 14 anos de reclusão pelo homicídio de torcedor do Palmeiras

Em 2023, Gabriela Anelli sofreu um ataque com uma garrafa de vidro, praticado por um torcedor do Flamengo.

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(Imagem de reprodução da internet).

O Tribunal de São Paulo julgou culpado Jonathan Messias Santos da Silva, de 35 anos, com sentença de 14 anos de prisão fechada, em razão da morte da torcedora palmeirense Gabriela Anelli, ocorrida em 2023, durante um confronto entre torcedores das equipes Palmeiras e Flamengo.

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Houve 5 votos a favor da condenação e 2 votos a favor da absolvição. O réu pode apresentar recurso contra a sentença.

Justiça

“Se eu morrer pelo meu Palmeiras, eu tô feliz”. A frase foi dita diversas vezes por Gabriela Anelli, torcedora fanática do time verde e branco. Contudo, o pai da jovem nunca imaginaria que isso, realmente, ocorreria. “Eu ficava irritado com ela e dizia: ninguém vai morrer”, afirmou Ettore Amarchiano Neto.

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Ele veio de Curitiba com a esposa, a sogra e a nora para assistir ao Tribunal de Júri, que determinará se o torcedor flamenguista Jonathan Messias Santos da Silva é culpado pela morte de Gabriela. A sessão começou às 10h30 de segunda (19) no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo.

Jonathan é acusado pelo Ministério Público de ter arremessado a garrafa de vidro, cujos cacos atingiram o pescoço da torcedora, causando sua morte. Ela recebeu atendimento médico, mas faleceu dois dias depois devido a hemorragia.

O crime ao qual o indivíduo responde é homicídio doloso (quando se assume o risco de matar), na modalidade de dolo eventual por motivo fútil, uma vez que foi praticado motivado por ódio pela torcida adversária.

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“Minha expectativa é aquilo que todo pai que perde uma filha vítima de um assassinato deseja, certo? Que ele seja julgado e cumpra pena pelo crime que destruiu uma família inteira, não?” comentou emocionado o pai em entrevista exclusiva à CNN, durante intervalo do júri.

Ele e a sogra recordaram a paixão de Gabriela pelo Palmeiras, essa paixão que ela adquiriu do pai. Desde os quatro anos, Gabriela frequentava os estádios e, aos vinte e três, mantinha o mesmo entusiasmo. Sempre que havia jogo do Palmeiras, ela acordava cedo e se preparava. “Vai abrir o portão do estádio”, brincava o pai, que atualmente não consegue mais comparecer ao Allianz Parque após a morte da filha.

Passei muitos momentos felizes e tristes com ela, nas vitórias e derrotas. Mas não consigo mais entrar lá. Cheguei a ir um dia, fiquei dez minutos e saí, porque eu olhava o lugarzinho onde ela sempre gostava de ficar. Minha paixão pelo Palmeiras continua. Não foi o Palmeiras que fez isso, foi um torcedor flamenguista que se espera que seja condenado. Só não consigo mais frequentar o Allianz Parque, confessou o Ettore.

A avó Joana Anelli dos Santos, com lágrimas nos olhos, declarou sofrer de saudades de sua neta mais velha. “Todo dia ela me ligava, me enviava áudio pedindo um bolinho de chuva, se tinha almoço para ela (…). Uma menina cheia de vida, havia decidido voltar a estudar, fez a matrícula e era apaixonada pelo Palmeiras. Eu acho que isso não é defeito. É só saudade. Nós estamos aqui porque queremos justiça.”

Relembre o caso

Gabriella Anelli faleceu após sofrir um ferimento com uma garrafa de vidro no pescoço, em decorrência de uma briga entre torcidas rivais próximo ao Allianz Parque, em São Paulo, na data de 8 de julho de 2023. O ocorrido aconteceu em meio a uma partida do Campeonato Brasileiro entre Palmeiras e Flamengo.

A vítima foi internada em estado grave, porém não sobreviveu aos ferimentos e faleceu dois dias após. O laudo do Instituto Médico Legal apontou que a causa da morte foi “hemorragia aguda externa traumática”. Um outro torcedor também ficou ferido no tumulto.

Um suspeito fora detido em relação ao ocorrido. Contudo, essa detenção foi revogada após a exibição de vídeos às autoridades que indicavam que a garrafa de vidro teria sido lançada por outra pessoa.

Jonathan Messias Santos da Silva foi acusado de homicídio doloso por dolo eventual, com causa humana leviana. O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) aceitou o inquérito do Ministério Público, o que o tornou réu.

A juíza Marcela Raia Sant’Anna determinou a conversão da prisão temporária de Jonathan para a prisão preventiva, considerando a medida essencial para assegurar a ordem pública, em razão da gravidade e da hediondez do crime, motivado por ódio por torcida adversária.

Em fevereiro de 2024, o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que Jonathan Messias Santos da Silva seria julgado por júri popular. A juíza manteve a prisão preventiva, indeferindo o pedido de liberdade com base na gravidade do delito e no fato de o réu ter deixado seu estado sem se reportar às autoridades.

Em atualização.

Fonte: CNN Brasil

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