Homem vestido como padre foi preso em Goiás, suspeito de ser um falso agente da CIA

O delegado responsável pelo caso informou que a quantidade de documentos falsos apreendidos na residência do homem era imensa.

03/05/2025 7h18

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(Imagem de reprodução da internet).

Mais de 20 identidades com motivações religiosas ligadas a missões em vários países, aproximadamente 2 mil livros e inúmeros itens com símbolos de autarquias e órgãos federais – nacionais e internacionais. Na residência de Roberto Cohen, 56 anos, o falso agente da CIA preso em Caldas Novas (GO), a polícia encontrou um verdadeiro acervo documental proveniente de falsificações.

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As informações obtidas pela coluna são do delegado Tiago Fraga Ferrão, que lidera a investigação sobre Roberto, também conhecido como Zigmund Cohen, com suposta nacionalidade Israelense.

Na época da prisão, Cohen vestia roupas típicas de padre, incluindo albos, batina, casula e estola. Ele também portava um crucifixo e uma bíblia nas mãos.

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Detalhou que encontraram diversas coisas e fotografaram as mais interessantes, pois não dava para levar tudo na mesa. Havia mais de 20 identidades de padre em seu nome, supostamente obtidas em missões da igreja católica pelo mundo.

A investigação que tem Cohen como alvo foi iniciada este ano, após os agentes encontrarem uma grande fachada em frente a uma residência localizada na cidade turística. “Chamei a atenção por ser um estabelecimento que ficava três ruas atrás da avenida comercial, em um local ermo.”

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O prédio apresentava mais de 2.500 cursos profissionalizantes, alegadamente reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC) e pela Arquidiocese de Caldas Novas, que não possui existência.

A Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) iniciou as investigações a partir das suspeitas. Os agentes localizaram um site, criado por Cohen, no qual ele alegava ser membro da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Universidade da Flórida. A plataforma continha diversos símbolos.

 

Linhas de investigação

Cohen foi solto nesta semana após audiência de custódia, pela Justiça, devido a acusações de falsificação de documentos públicos e privados e uso indevido de marcas, tipos e símbolos da Administração Pública. Ele permanece sob monitoramento eletrônico enquanto o processo tramita em liberdade.

Os objetos e documentos apreendidos na residência do homem serão minuciosamente analisados. Foi realizada busca e apreensão e na residência foi encontrado um acervo de grande porte, metade do qual foi divulgado na reportagem sobre o curso de contraterrorismo da CIA e o curso de astrofísica do Harvard.

A polícia investiga se Cohen utilizava os registros apenas para lazer ou se outros crimes foram praticados, incluindo o uso dos documentos falsos para fins médicos ou fraudes, como a arrecadação de dinheiro para organizações não governamentais inventadas das quais ele mantinha registros.

As investigações também examinam a chance de fraude envolvendo cursos inexistentes que eram disponibilizados.

O delegado afirmou que Roberto Cohen é um homem culto, articulado e que se comunica de forma exemplar, sendo também fluente em inglês.

Ao ser preso, ele demonstrou saber sobre os procedimentos de uma detenção. “Ele perguntou se tínhamos emitido um mandado e qual juiz o expediu”, recordou Ferrão.

A polícia, o falso agente da CIA declarou não ter esposa nem filhos, e que seus únicos parentes vivem em Israel. Ele afirmou que possui tios e primos que fazem parte do serviço de inteligência de Israel, o Mossad. A dupla nacionalidade do suspeito também é apurada.

A investigação segue para apurar se existem outros implicados.

Fonte: Metrópoles

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