Homens emitem 26% mais gases de efeito estufa do que mulheres, aponta pesquisa

Estudo conduzido na França examinou o aspecto de gênero da emissão de carbono da população.

05/06/2025 7h35

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(Imagem de reprodução da internet).

Na quinta-feira (5), comemora-se o Dia Mundial do Meio Ambiente. Uma das formas de preservar o planeta e reduzir os impactos das mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global é diminuir nossas emissões de gases de efeito estufa, conforme um estudo recente, onde mulheres desempenham um papel mais relevante.Uma pesquisa do Instituto Grantham, na Universidade de Economia e Ciência Política de Londres (LSE), revelou que as mulheres apresentam uma pegada de carbono 26% inferior à dos homens. O estudo oferece uma nova abordagem sobre as ações que influenciam o aquecimento global, considerando o gênero.A pesquisa foi conduzida com base em questionários e estudos realizados na França. Para analisar as emissões de gases de efeito estufa provenientes de meios de transporte, como automóveis, foram analisadas as respostas de 12.569 adultos, em um relatório de 2019, e os dados sobre alimentação foram obtidos a partir de estudos nacionais com a população entre 2014 e 2017.O consumo de alimentos e o transporte são responsáveis por aproximadamente metade da pegada de carbono média de uma pessoa na França. Estudos com representantes da população francesa revelaram que as mulheres em território francês emitem 26% menos carbono devido aos seus hábitos alimentares e ao uso de meios de transporte.A alimentação e o transporte são particularmente relevantes por, pelo menos, três razões, explicam os pesquisadores no estudo. Primeiro, juntos, esses dois setores respondem por 50% das pegadas de carbono domésticas. Segundo, eles oferecem uma ampla gama de escolhas com variação significativa na intensidade de carbono — por exemplo, entre modos de transporte e produtos alimentícios. Terceiro, existem dados granulares de impacto ambiental para ambos os setores, permitindo-nos estudar diferenças nas pegadas de carbono em um nível sem precedentes de detalhe: nosso conjunto de dados final inclui medidas de intensidade de emissão que variam em mais de 2.000 produtos alimentícios e modelos de carros.O consumo de carne vermelha impacta a pegada de carbono, devido à necessidade de maiores emissões de gases de efeito estufa em sua produção.Os pesquisadores também identificaram que a disparidade de gênero nas emissões de carbono é tão significativa quanto a diferença entre pessoas com diferentes níveis de renda.Por que as mulheres emitem menos gases de efeito estufa do que os homens?O estudo aponta que a emissão de carbono anual relacionada ao consumo e deslocamento de homens é, em média, de 5,3 toneladas de CO2 equivalente (tCO2e), e a de mulheres, 3,9 tCO2e.As pesquisadoras apontam que as mulheres apresentam pegadas de carbono significativamente menores do que os homens nos setores de alimentação e transporte, sendo que aspectos como estrutura familiar, diferenças biológicas, maior consumo de carne vermelha e uso de automóveis são “fatores-chave” para a disparidade de emissões entre os gêneros.Nossos resultados indicam que as normas de gênero tradicionais, especialmente aquelas que associam a masculinidade ao consumo de carne vermelha e ao uso de automóveis, exercem um papel importante na formação das pegadas de carbono individuais, afirmou Ondine Berland, integrante da instituição de ensino britânica. Isso aponta para o potencial de políticas de informação que questionem tais normas, por exemplo, ao apresentar alternativas vegetais como adequadas para indivíduos com alta performance.As informações, contudo, não indicam necessariamente que mulheres estejam mais preocupadas com as mudanças climáticas, afirmou Marion Leroutier, outra autora do estudo.É possível mensurar pegada de carbono por gênero no Brasil?Apesar da ausência de estudos com a população brasileira sobre o impacto do gênero nas emissões de gases de efeito estufa, observa-se o interesse de mulheres em práticas consideradas mais sustentáveis, como a redução do consumo de carne vermelha.Uma pesquisa Datafolh, divulgada em março de 2025 e encomendada pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), revelou que as mulheres brasileiras apresentam uma inclinação notavelmente superior aos homens para diminuir o consumo de carne, com 28% contra 18%. As mulheres entrevistadas no estudo também manifestaram maior predisposição a abandonar o consumo de carne por razões de saúde (76% das mulheres contra 72% dos homens), meio ambiente (48% das mulheres contra 38% dos homens) e proteção aos animais (48% das mulheres contra 34% dos homens).Observe ações simples que podem auxiliar na diminuição da crise climática.

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Fonte por: CNN Brasil

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