IA da MIT restaura pinturas danificadas em poucas horas

Técnica emprega reconstrução digital impressa em folhas de polímero transparente aplicadas sobre as obras de arte originais. Leia no Poder360.

13/06/2025 13h19

2 min de leitura

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(Imagem de reprodução da internet).

Cientistas do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) criaram uma técnica por meio de inteligência artificial que recupera pinturas a óleo danificadas em poucas horas. A informação foi publicada pelo jornal britânico The Guardian na quarta-feira (11.jun.2025).

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A técnica integra inteligência artificial com ferramentas computacionais para gerar uma reconstrução digital da pintura danificada. Essa reconstrução é impressa em uma folha de polímero transparente sobre a obra original, mantendo-a enquanto recupera sua aparência.

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A técnica surgiu como solução para o desafio da restauração de obras de arte, que normalmente exige anos de trabalho cuidadoso por parte dos conservadores. apenas as peças mais valiosas recebem essa atenção.

Alex Kachkine, pesquisador de pós-graduação do MIT, utilizou a técnica para restaurar uma obra a óleo sobre painel do Mestre da Adoração do Prado, um pintor holandês cujo nome se perdeu. A pintura tem origem no final do século XV e foi inspirada em Martin Schongauer.

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A estrutura selecionada para o teste demonstrava danos evidentes, composta por quatro painéis, com rachaduras e regiões onde a pintura havia se soltado.

“Muitos dos danos são em características pequenas e intrincadas”, afirmou Kachkine, que estimou que seriam necessárias cerca de 200 horas para restaurar a pintura com técnicas tradicionais de conservação. “Ela passou por séculos de degradação.”

A restauração começou com a digitalização da pintura, visando definir o tamanho, a forma e a posição das áreas danificadas. Essa análise revelou 5.612 seções distintas que exigiam reparo.

Os pesquisadores desenvolveram uma máscara digital no Adobe Photoshop. Para corrigir minúsculos pontos de tinta faltantes, aplicaram manchas com cores que correspondiam aos pigmentos vizinhos. Lesões em áreas uniformes foram reparadas com a replicação de padrões semelhantes de outras partes da pintura. O rosto ausente de uma criança foi recriado a partir de outra obra do mesmo artista.

A máscara finalizada foi impressa em uma folha de polímero e envernizada para impedir que a tinta escorresse. Os restauradores aplicaram 57.314 cores para preencher as áreas danificadas. As correções foram concebidas para aprimorar a pintura, mesmo sem um alinhamento perfeito.

O estudo publicado na revista Nature demonstra que o método só pode ser aplicado em pinturas envernizadas com superfícies suficientemente lisas, garantindo que a folha permaneça plana sobre elas.

Kachkine prevê que o método possibilite que galerias recuperem e apresentem inúmeras pinturas danificadas que não justificariam uma restauração convencional.

Provavelmente, o método será mais adequado para pinturas de valor relativamente baixo que, de outra forma, permaneceriam guardadas a portas fechadas, e pode não ser adequado para obras de arte famosas e valiosas. No entanto, poderia ampliar o acesso público à arte, trazendo pinturas danificadas dos depósitos para um novo público.

Fonte por: Poder 360

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